terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Oficina Critica da Mídia- Inclusão Digital - Curso Yes

Na oficina realizada no dia 14 de novembro das 14:30h as 18:00h, no curso de idiomas YES!, foi discutia a questão da inclusão digital na mídia, com 6 aluno na faixa etária de 16 a 22 anos.

Escolhemos o curso que tem sede na Av. Bezerra de Menezes por ser pioneiro na utilização de uma Lan House como ferramenta da própria escola. Além disso, o curso tem como público alvo a classe média baixa, considerando não apenas sua localização, mas também o valor da mensalidade do curso.

Já que os alunos que compareceram não se conheciam o suficiente para interagir naturalmente no debate, por serem de diferentes turmas do curso, iniciamos nossa oficina com uma dinâmica de forma a integrar o grupo. Esta consistia na primeira pessoa dizer seu nome e uma ação que gosta de realizar com a mesma inicial do seu nome (ex.: Meu nome é Suzana e gosto de Sambar), com isso, o próximo integrante do grupo deveria repetir o nome e a palavra dita pelo participante anterior e em seguida apresentar-se e citar a sua palavra. Esta atividade lúdica nos permitiu um primeiro contato num clima de descontração que foi bastante facilitador nas etapas seguintes.

A seguir partimos para a parte de conceituação. Procuramos colocar para os alunos o que significava inclusão digital e procuramos traçar uma breve contextualização sobre o tema no Brasil. Percebemos que a maioria dos estudantes não possuia computador em casa (4 dos 6 estudantes) e que muitos freqüentavam lan houses, principalmente a da própria escola.

Propusemos elaborar no terceiro momento a dinâmica do auto- diagnóstico em que os alunos falavam sobre experiências presenciadas ou mesmo vividas sobre a temática. Alguns alunos expuseram o fato de seus pais não terem conhecimento algum sobre computação e outro aluno chegou a afirmar que um colega de sala no colégio pensava que orkut era um programa de computador.

A seguir a conversa se voltou para como o computador é abordado pela mídia, novelas, etc, e pela publicidade em si. Todos concordaram com a constatação por parte de um dos participantes, de que atualmente os computadores estão com os preços bem mais acessíveis, porém além de ainda ser considerado uma aquisição dispensável pela população de baixa renda, lhes falta conhecimentos suficientes para utilizá-lo.

No módulo seguinte, passamos a abordar a relação do trabalho do publicitário com o computador, conversamos um pouco sobre os diversos programas, Illustrator, Corel e Flash, e após uma breve noção, pedimos aos alunos que trabalhassem um pouco com os mesmos.

Após mais de uma hora de trabalho voltamos nossa oficina para a exibição de material coletado do site youtube.com. Promovemos uma reflexão aprofundada com os alunos. Alguns vídeos exibidos foram feitos em ONGs e outros foram exibidos em cadeia nacional.

Voltamos para a sala e partimos para o momento de reflexão, perguntando agora o que era a inclusão digital e o que levava à exclusão digital. Todos os alunos concordaram que a educação tem papel fundamental na exclusão digital e que este era um problema muito mais do que político ou educacional. Uma aluna universitária destacou um ponto extremamente relevante, afirmando que o problema da exclusão digital era social e que antes de tudo devemos considerar o fator econômico e o contexto que esta situação de exclusão está inserida. Ela encerrou sua fala dizendo que a exclusão digital leva ao abismo sócio- econômico e vice- versa. Quando pedimos sugestões sobre uma nova abordagem para a mídia eles disseram que era necessário aliar a idéia de inclusão digital sempre à educação.

Ao final concluímos que a publicidade é extremamente preconceituosa com relação às minorias e quando esse público excluído é retratado com relação a esse tema de informatização, é sempre motivo de chacota ou de comentários maldosos. Devemos perceber que inclusão digital é sinônimo de educação. A conclusão a que chegamos foi a de que não importa a classe social, os espaços virtuais são direitos de todos e devem ser democratizados. Finalizamos a oficina com a entrega do certificado de participação.

Foi realizada uma avaliação junto aos alunos de satisfação e produtividade da oficina e obtivemos êxito na discussão, com bons resultados, excelentes contribuições dos alunos e acréscimo de conhecimentos para ambos os lados. A experiência foi bastante válida, rendendo bons debates e instigando discussões mais aprofundadas.

Nenhum comentário: