quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Federação de Bairros e Favelas reúne bairros de toda Fortaleza em oficina de Comunicação



Através do convívio com Cilene Bemvindo, intercambiamos trabalhos e acabamos encontrando um encaixe nas peças de quebra cabeça que representamos: a Federação de Bairros e Favelas , onde ela trabalha, carece de maior conhecimento em Comunicação Social, por um lado; o Parc, através dos alunos de Jornalismo do 3º Setor, como nós, facilita oficinas de Leitura Crítica da Mídia, por outro.

Estava traçado o plano. De início, contávamos com a parceria do SESC, através da cessão do espaço e do lanche. 24 horas antes do primeiro encontro, no entanto, fomos informados de que não seria mais possível. As oficinas aconteceram, por isso, na pequena sala da Rua São Paulo, onde funciona a Federação. Um datashow foi providenciado e o lanche saiu dos bolsos da Dona Tereza Neuma – coordenadora do Setor de Comunicação da Federação.


OFICINA DE LEITURA CRÍTICA DA MÍDIA – 31 de outubro de 2009.

Por Janaína Bras


O primeiro contato com a turma deu-se dia 31 de outubro de 2009, às 9 horas da manhã. Após as apresentações, explicamos os objetivos dos encontros e do que entedíamos por Comunicação Social. Para aprofundar a discussão, propusemos a prática descrita a seguir. Dividimos a turma em dois grupos. A cada um deles, entregamos quatro pedaços de papel com extratos da Constituição de 1988 referentes à comunicação social.

No contexto em que foram lidos, não denunciavam a origem documental. Escrevemos na lousa a seguinte frase: ‘Os meios de comunicação no Brasil...’ E cada papel completava essa frase. Exemplo: ‘prioriza a educação’ ou ‘respeita os valores morais’ e por aí vai. A tarefa era a seguinte: ler os trechos, opinar se eram falsos ou verdadeiros, discutir em grupo cada um deles e, em seguida, expor a relatoria do debate para toda a turma.

A exposição nos levou a conversar sobre: a necessidade de regulamentar a Comunicação Social do país – para tanto revisamos o texto constitucional e percebemos o desamparo a que está relegado; a produção de conteúdo supostamente popular, em que a violência e a baixeza são tomadas por elementos afins às camadas sociais de menor escolaridade; e, finalmente, os conglomerados empresariais aos quais está confinado o potencial nacional da comunicação em massa e as conseqüências disso no processo de estigma social, na identidade das comunidades periféricas, na seleção de notícias diariamente veiculadas. Para ilustrar a apresentação de idéias, recortes do OPovo e do Diário foram levados.

Após o intervalo do lanche, os meninos novamente dividiram-se em grupo, desta vez em três grupos de X. Foi o momento do sociodrama. Cada grupo discutiu como gostaria que o próprio bairro fosse retratado na tevê ou no rádio ou na imprensa. A partir do debate, imaginaram uma encenação representativa desse desejo e mãos à obra. O resultado foi revelador. O formato de apresentação da notícia seguia extremamente viciado nos padrões vigentes da comunicação em massa. Afinal os meninos não estão habituados a discutir formas jornalísticas, ousadias textuais e estéticas. Entretanto, o conteúdo das notícias assumiu o caráter extremamente natural.

O que é importante para o meu bairro pode ser desimportante para a população da cidade como um todo, mas fomenta atividades reais, aqui e agora; estimula mobilização local, muitas vezes baseada em atitudes simples; denuncia conflitos na tentativa de solucioná-los, não de chocar a audiência; e conhece o público, sabe a quem fala. Depois das palmas, foi o momento em que os facilitadores mais escutaram que falaram. Os meninos foram levados a refletir a respeito da própria realidade e do papel da comunicação como forte ferramenta de transformação social.


OFICINA DE FORMATOS JORNALÍSTICOS E PRODUÇÃO DE PAUTA

Por Geimison Maia e Denise Barbosa


1ª parte: Discutir as diferenças entre os formatos jornalísticos (nota, notícia, reportagem, artigo, entrevista).
Material: levar alguns exemplos dos formatos discutidos e uma breve discussão teórica do assunto.
Objetivo: Apresentar os diferentes formatos jornalísticos que podem ser trabalhados no jornal.


2ª parte: Atividade prática.

Dividir a turma em grupos responsáveis por redigir textos curtos de cada gênero,.

Objetivo: Verificar se a turma percebeu a diferença entre os gêneros e discutir o material produzido.


3ª parte: Pauta.

Apresentar para turma a importância da pauta para a elaboração do jornal e escolher os assuntos que serão abordados na edição.


No dia 31 de outubro de 2009 houve o primeiro momento de leitura crítica da mídia das 9 horas da manhã até pouco mais das 12 horas da tarde. Já a segunda oficina pretendeu ser mais técnica, e mais voltada para estimular a ação da turma.

A oficina foi dividida em dois blocos: gêneros jornalísticos e pauta. Por uma mudança de planos, a segunda oficina que iria até as 16 da tarde, teve seu tempo reduzido e durou das 12:30 às 14:30 da tarde, sem intervalo para almoço. Isso tornou a dinâmica mais curta e sem espaço para atividades complementares.

Devido às alterações no cronograma, a discussão teórica sobre gêneros jornalísticos teve de ser acelerada e a atividade prática de redação de textos foi substituída por outra, que dividiu a turma em duplas e, cada uma, deveria identificar um gênero jornalístico em jornais distribuídos.

A discussão teórica apresentou as principais características de cada formato jornalístico (no caso, foram enfocados nota, notícia, reportagem, artigo, entrevista) e procurou levantar a discussão a partir de exemplos práticos tirados de jornais e internet. No fim, através do exercício prático, foi possível observar que a turma assimilou bem as informações.

A oficina de gêneros jornalísticos foi bastante esclarecedora para os participantes. Muitos disseram que antes não entendiam as diferenças entre os formatos jornalísticos e que a discussão foi bastante proveitosa para aprimorar o jornal da federação.

Após a introdução da turma aos conceitos de gêneros jornalísticos foi o momento de explicar o que é a pauta e qual é a sua função ao longo da produção de um jornal. Isso já para construir com o grupo uma primeira pauta a ser colocada em prática ao longo da semana. Para isso, foi utilizada a abordagem de José Marques de Melo (A Opinião no Jornalismo Brasileiro) segundo a qual é de responsabilidade da pauta a filtragem do que será noticiado no jornal e a forma como isso será feito.

Após a parte mais conceitual a turma se dividiu em trios e cada grupo recebeu uma folha com tópicos para nortear o pauteiro na elaboração de notícia. Entre eles: o tema da notícia; o resumo dos fatos que levaram a escolha do tema; o enfoque dado; as fontes que utilizadas; sugestões de perguntas; e material extra como fotos, imagens, gráficos, etc.

Os grupos tiveram cerca de 15 minutos para discutirem a pauta e para escolherem o gênero jornalístico mais adequado. O que se percebeu com o resultado foram pautas com um caráter reivindicatório, boa parte dos temas foram voltados para questões de infra-estrutura dos bairros e de busca de ações junto à prefeitura.


OFICINA DE FOTOJORNALISMO – 6 de novembro de 2009.

Por Iana Sales


No segundo sábado de Oficina, começamos a manhã discutindo sobre Fotojornalismo. A idéia inicial era, além de conversarmos sobre fotografia no jornalismo impresso, podermos ter um momento de andar pelo Centro e fazer registros, para experimentar a possibilidade de contar histórias com imagens. No entanto, com o aperto no horário – já que não conseguimos garantir o almoço – isso não aconteceu.

O mote inicial da oficina girou em torno da idéia de foto-grafar ou escrever com a luz. Para isso, partimos do advento da fotografia, apresentando os primórdios dessa técnica que tem como princípio a luz e mostrando imagens feitas por Nièpce e Daguerre, em 1826. Foi discutida a relação do aprimoramento técnico do equipamento utilizado com a possibilidade de expansão dos usos da fotografia. Inicialmente, os registros eram de objetos e pessoas imóveis, já que o dispositivo era enorme (carregado por carroças, inclusive) e o tempo de exposição era grande. Com a melhoria técnica, as câmeras passaram a ser mais portáteis e, no final do século XIX, popularizaram-se. Para ilustrar esse momento, foram mostradas fotos da Guerra de Secessão norte-americana (feitas por Mathew Brady, em 1863), nas quais eram vistos os cadáveres no campo de batalha, e fotos da Primeira Guerra Mundial, onde já era possível ver o registro de corpos em movimento e soldados em combate. É nesse período, principalmente com os registros de guerras, que o fotojornalismo vai tomando corpo. Antes da fotografia, os horrores da guerra eram apenas narrados, depois passaram a ser vistos, dando a sensação de “estar lá” no momento do fato. A partir disso, levantamos a idéia dos discursos presentes em uma imagem. Que histórias eram contadas? A imagem, tal qual o texto jornalístico, está intrinsecamente ligada ao real. Mas que real é esse representado?

Foram apresentadas, também, várias “imagens que marcaram época”, como por exemplo a de Kim Phuc nua e outras crianças correndo depois de um bombardeio norte-americano, durante a Guerra do Vietnã; e a do cientista Albert Einstein dando língua, entre outras.

Outro momento foi o debate sobre “como nosso bairro é representado pelas imagens”. A preocupação de fazer conexões com a realidade local esteve presente durante toda a oficina. Os participantes relataram vários exemplos em que o local onde vivem é mostrado apenas como um espaço de violência, com fotos de cadáveres ou de pessoas que são supostamente “bandidos”, mesmo sem haverem sido julgados. Nesse momento, passei algumas imagens que fiz durante matérias para o jornal O Povo (sou estagiária da Editoria de Fotografia), para ilustrar as diversas formas de contar a história de um acontecimento, lugar, ou pessoa, sempre enfatizando a dimensão da informação e dos discursos presentes na imagem. Conceitos como realidade, instante, informação, representação, memória e afeto atravessaram a oficina.

Os participantes descreveram, ainda, experiências que tiveram com a fotografia. Dona Tereza narrou que, durante uma mobilização para denunciar irregularidades nas calçadas do seu bairro, responsáveis por dificultar a acessibilidade de pessoas com deficiência, a fotografia foi fundamental para registrar e contar a história depois. Zenilda também contou que, durante a execução da pauta proposta no primeiro dia de oficina, utilizou a fotografia para produzir informações sobre o lixo no seu bairro.

Além das imagens apresentadas no datashow, os participantes também puderam folhear livros de fotógrafos cearenses como José Albano, Jarbas Oliveira e Celso Oliveira.


REVISÃO TEXTUAL DO RESULTADO DO TRABALHO DE CAMPO – 6 de novembro.

Por João e Thiago


Inicialmente, fizemos uma rodada com a apresentação das pautas dos membros da turma. Cada um deles expôs seu tema e falou a respeito das dificuldades encontradas durante o processo de execução da pauta. Eles relataram a experiência apontaram o que aprenderam enquanto faziam o texto. Em seguida, foi feita a revisão de cada texto.

Após a correção dos textos, observamos que o principal problema dos integrantes da oficina dizia respeito à questão ortográfica. Isso se deve ao fato de que eles não tiveram oportunidade de estudar em boas escolas. Mas mesmo assim, a criatividade deles nos surpreendeu. Além disso, a dedicação também foi um ponto positivo encontrado. Todos se esforçaram durante a semana anterior a nossa oficina para que os textos estivessem prontos.

Em seguida, reunimos todos os integrantes e fizemos um apanhado geral de como havia sido a experiência para eles. Todos aprovaram a iniciativa, mas também criticaram a falta de suporte técnico para a realização da oficina, assim como a falta de um espaço adequado. Ressaltaram que o nosso papel como universitários também é o de servir à sociedade, dando o retorno que é cobrado de nós. Todos aprenderam bastante com a oportunidade que tiveram e pretendem dar continuidade a esse primeiro passo que deram em direção à carreira jornalística.

OFICINA DE DIAGRAMAÇÃO – 6 e 13 de novembro.

Por Maíra Ary


A última oficina ministrada juntamente à FBFF foi sobre diagramação. A oficina foi dividida em quatro blocos, dois teóricos e dois práticos, distribuídos em dois dias. Cada bloco, teve uma duração aproximada de uma hora.

Bloco 1: Bloco teórico: O que é diagramação? Pra que serve a diagramação? O que é um projeto gráfico?

Bloco 2: Bloco prático: Utilização do site WWW.Newseum.org para exemplificar como a diagramação pode ajudar na leitura de um material impresso, destacando o que se quer destacar e guiando o olhar do leitor, além de facilitar para o leitor a busca de um conteúdo específico.

Bloco 3: Bloco teórico: Diagramação: Elementos e aspectos de um jornal.

Bloco 4: Bloco prático: Divididos em grupos, receberam exemplares de jornais regionais, a fim de identificar os elementos gráficos e os aspectos de cada material impresso analisado, explicando os seus objetivos e os resultados alcançados com eles.

As oficinas estavam programadas para serem realizadas em salas cedidas pelo SESC, no entanto, por um problema de última hora, o SESC cancelou a disponibilização das salas e tivemos que “nos virar” com a cede da FBFF. Apesar da falta de material e de estrutura, a turma estava muito interessada e as oficinas correram muito bem, com um alto nível de aproveitamento. Para a oficina de diagramação foi desenvolvido um material didático, enviado para o email de todos os presentes, a fim de facilitar a compreensão e aumentar o aproveitamento da turma.

O objetivo dessa oficina era apontar para importância da diagramação de um veículo informativo impresso, mostrando o que seus recursos podem fazer para facilitar a leitura de tal material. Atrair a atenção do leitor e criar uma certa ordem de leitura e uma hierarquização das informações. Além de ajudar o leitor a encontrar os assuntos de seu interesse. Os resultados foram muito satisfatórios, uma vez que, no último bloco, ao realizarem a tarefa proposta, os grupos identificaram muitos elementos e aspectos e souberam explicar e identificar os seus benefícios e objetivos.

Oficina na Comunidade dos Trilhos

As oficinas da disciplina de Jornalismo no 3º setor, ministrada pela professora Márcia Vidal, da nossa equipe, foram executas na Comunidade São Vicente de Paulo, mais conhecida como Comunidade dos Trilhos, na Aldeota. As atividades foram realizadas nos dias 31/10, 07/11, 14/11 e 21/11/2009 com alunos do projeto Olho Mágico, pelos alunos Camilla Carneiro, Diego Borges, Pâmela Marinho e Victor Ximenes.

O OlhoMágico é um projeto social de Educomunicação. O projeto se utiliza do meio de comunicação audiovisual. A iniciativa tem como principal característica o uso das mídias móveis (câmeras digitais fotográficas, celulares com câmera, gravadores portáteis e etc). A Comunidade dos Trilhos foi a primeira a receber esse projeto. Adolescentes que moram no local formam o Núcleo.

No dia 31/10 foi realizada a Oficina Crítica da Mídia. Em 07/11 e 14/11, a de Telejornalismo; e ainda no dia 14/11 e 21/11, a Oficina de Jornalismo na Internet.

1º Dia – 31/10/2009 - Oficina Crítica da Mídia
8h às 8h15min- Dinâmica de apresentação
Realizamos a dinâmica da ilha. Nesta, os participantes ficam espalhados sobre folhas de jornal. Um por folha. Coloca-se uma música. Durante a canção, os participantes devem trocar de posições, mas enquanto isso, os monitores ficam retirando alguns jornais e os participantes se vêem obrigados a compartilharem as mesmas ilhas, até que reste apenas uma. Com isso, os participantes puderam trabalhar um pouco a questão do espírito de equipe.

8h15min às 10h15min - Vídeo


Para discutir o sensacionalismo exarcebado do telejornalismo atualmente, transmitimos o filme Rede de Intrigas, no qual um apresentador de TV é demitido devido sua baixa audiência, mas quando seu programa ainda estava no ar, anuncia sua demissão e avisa que irá se matar durante o programa da semana seguinte. Isso faz com que o público fique extremamente curioso a passe a elevar sua audiência às alturas, devidamente aproveitada pelos responsáveis do programa. Isso faz nascer um louco profeta, em uma das mais ácidas críticas ao modo de se fazer televisão no mundo.



10h15min às 10h30min - Intervalo


10h30min às 11h30min – Debate

Depois do filme, debatemos a questão do sensacionalismo na televisão brasileira, citando exemplos e procurando analisar o futuro do telejornalismo no País.

11h30 às 12h - Avaliação

2º Dia – 07/11/2009 - Oficina de Telejornalismo


8h às 8h30min – Vídeo e debate



Primeiramente, mostramos uma matéria realizada pelo CETV 1ª Edição, da TV Verdes Mares, veiculada em 21/03/2009, sobre o próprio projeto Olho Mágico e discutimos um pouco das temáticas abordas no vídeo, como se o que foi divulgado é realmente a realidade vivenciada pelos jovens.

8h30 às 9h30min – Partes da notícia
Elucidamos como é formada a notícia na televisão, detalhando conceitos de pauta, cabeça, off, passagem; etc.

9h30min às 9h45min – Intervalo

9h45min às 10h15min – Reunião de pauta

Discutimos com os participantes as possibilidades de assuntos que poderiam se tornar pauta de uma matéria a ser realizada por eles. Depois de algumas sugestões, entramos em um consenso e fomos “para a rua”.


10h15min às 11h45min – Execução da pauta


Munidos de uma câmera digital, os participantes saíram pela comunidade em busca de imagens e personagens para a pauta, que visava apresentar as diferentes gerações dos Trilhos.

11h45min às 12h - Avaliação









3º Dia – 14/11/2009 - Oficina de Telejornalismo (1º período) e Oficina de Jornalismo na Internet (2º período)


8h às 9h30min – Edição do VT

Os participantes gravaram off, editaram e imagens.

9h30min às 9h45min – Postagem no You Tube

9h45min às 10h – Avaliação do VT







10h às 10h15min – Intervalo

10h15min às 12h - Oficina de Jornalismo na Internet

Iniciamos perguntando aos participantes a relação que eles têm com a internet, se acessam sites de noticias e blogs, se costumam deixar comentários e participar de enquetes. Debatemos sobre o que a internet trouxe de melhorias ou não para a população e até que ponto a internet é essencial para se manter atualizado. Comentamos um pouco também sobre as redes sociais, como o Orkut.

Depois, demos oficina teórica de jornalismo na internet. Com apoio de slides, explicamos as principais características de webjornalismo: instantaneidade, interatividade, capacidade de armazenamento, multimidialidade, hipertextualidade e personalização de conteúdo; mostrando exemplos em sites de notícias.

4º Dia – 21/11/2009 - Oficina de Jornalismo na Internet

08h às 12h - Prática de Jornalismo na Internet

Levamos um jornal e pedimos para que cada um escolhesse uma matéria e, utilizando os conhecimentos da oficina passada, adaptasse o texto para a internet. Fizemos um acompanhamento, auxiliando-os em suas dúvidas.

Após os textos ficarem prontos, ensinamos como fazer um blog. Nenhum dos garotos sabia como
fazer um blog. Eles escolheram o nome:
Olho Mágico Notícias. Optamos pelo Blogspot pela facilidade de se criar uma conta. Também ensinamos a mexer nas configurações do blog.

Blog criado, cada um teve a oportunidade de postar sua própria matéria. Um dos garotos, Renan, se mostrou bastante empolgado e, assim que postou sua matéria, foi para outro computador e criou sozinho um blog só para ele.

Deixamos as senhas com os garotos e saímos de lá com a promessa de que eles manteriam o blog atualizado, seja com notícias, vídeos ou imagens.

domingo, 29 de novembro de 2009

Oficinas para moradores dos bairros Ellery e Monte Castelo

Realizamos, entre os dias sete e dezenove de novembro, cinco oficinas para os integrantes das comunidades dos bairros Ellery, Monte Castelo e regiões vizinhas. As oficinas, promovidas pela equipe do site www.bairroellery.com.br, em parceria com o Programa de Assessoria Técnica e Sócio-Cultural às Rádios Comunitárias do Ceará (PARC - UFC) e com a Associação Comunitária dos Bairros Ellery e Monte Castelo (ACEM), fizeram parte de um curso para formação de uma rede de comunicadores populares.

As oficinas, com temáticas escolhidas de acordo com a necessidade dos moradores, foram de Leitura Crítica da Mídia, Texto para a Internet, Produção de Textos a partir da Realidade Local, Podcast e Fotografia. Todas as oficinas foram planejadas e ministradas por Mariana Lazari, Narjara Rocha, Bruno Falcão e Vinícius Mota, alunos da disciplina da Jornalismo no 3º Setor, do curso de Comunicação Social. Com exceção da oficina de Leitura Crítica da Mídia, todas as oficinas foram realizadas à noite (de 18h30 às 20h30) no colégio Martinz de Aguiar, da Prefeitura Municipal de Fortaleza, localizada no bairro Monte Castelo.

1ª oficina: Leitura Crítica da Mídia / dia 07 de novembro / 08h – 12h

A oficina foi realizada na Associação Comunitária dos Bairros Ellery e Monte Castelo (ACEM) e começou com a apresentação da proposta do curso e com a dinâmica das frases complementares. Algumas frases foram sorteadas entre os participantes, que tinham que encontrar o seu complemento e conversar. Cada um teria que apresentar o companheiro. A dinâmica se revelou bastante proveitosa, pois, apesar de os participantes, em sua maioria, já se conhecerem, promoveu um rápido entrosamento, quebrando o gelo que poderia ainda existir.

Devido a um considerável atraso dos participantes, tivemos que agregar a teoria e a prática a um só bloco na oficina. Para promover o debate e o esclarecimento entre a mídia, apresentamos o artigo “Dez impasses para uma efetiva crítica da mídia”, do professor MsC. Rogério Christofoletti. Os participantes foram divididos em duplas e trios com o objetivo de fazer uma leitura coletiva e, posteriormente, apresentar os impasses relatados pelo autor. A discussão do grupo foi muito proveitosa e enriquecedora, pois os participantes puderam expor seu ponto de vista, sempre dialogando com a teoria do artigo. Os participantes gostaram muito do artigo e pediram, inclusive, que nós o enviássemos para eles. Terminamos a manhã exibindo um comercial premiado do jornal Folha de S. Paulo que resumiu a essência da oficina.



2ª oficina: Texto para a Internet (parte 1) / dia 09 de novembro / 18h30 – 20h30

Teoria: Discussão sobre a prática profissional do jornalista na internet e o que essa nova tecnologia interferiu no modo como nos comunicamos. Depois, apresentamos as principais características do texto jornalístico na internet.
Iniciamos a oficina realizando uma dinâmica que propõe que, através de imagens, os participantes mostrem um pouco suas características. Espalhamos imagens recortadas de revistas e cada participante teve que escolher uma imagem e dizer por que se identificava com o que era mostrado ali. A dinâmica se mostrou um momento interessante para conhecermos mais os participantes do grupo.


A oficina de texto para a internet teve que ser dividida em duas noites, dada a impossibilidade de fazermos um momento teórico e outro prático em apenas duas horas. Desse modo, na primeira noite, dia 9, foi explicada a teoria sobre texto para a internet. Os facilitadores da oficina produziram um material impresso com as principais características do texto para a internet; um material bem didático e repleto de dicas acessíveis e que cumpriam o propósito das oficinas no Bairro Ellery: formar comunicadores populares. Essa parte teórica continha também os principais formatos do jornalismo factual: nota, notícia, reportagem e entrevista. Os participantes foram estimulados a ler em casa novamente essa parte teórica para que, na noite seguinte, pudéssemos realizar uma oficina eminentemente prática. Assim foi.

3ª oficina: Texto para a internet (parte 2) / dia 10 de novembro / 18h30 20h30

Nesse dia, conseguimos montar três computadores na sala de aula e dividimos os participantes em três grupos, para que eles produzissem. Como o primeiro dia da oficina foi completamente teórico, o segundo dia ficou exclusivo para a prática. A ideia era que os participantes adaptassem uma notícia do jornal impresso para a linguagem da internet, utilizando o conteúdo ministrado no dia anterior. E assim foi. Três notícias para a internet foram produzidas e corrigidas com a ajuda dos alunos da UFC.

Nesse dia, excepcionalmente, o momento de integração aconteceu no final da oficina. Por problemas técnicos, a música que seria utilizada para o discoforo só pode chegar na última meia hora. Foi apresentada a música Xanéu nº 5, do grupo O Teatro Mágico, que critica de forma irônica a presença da televisão na vida de todos nós.

4ª oficina: Produzindo matérias a partir da realidade local / dia 12 de novembro / 18h30 – 20h30

A dinâmica escolhida para essa oficina foi o sociodrama. Pediu-se que os participantes encenassem algum momento de conflito na comunidade. Dois grupos interpretaram passagens que realmente aconteceram no bairro na relação com a mídia. Foi sugestivo porque os grupos mostraram problemas recorrentes que serviram de base para o bloco prático da oficina.

No momento teórico, apresentamos vídeos do quadro Meu Bairro na TV, do programa CETV, da TV Verdes Mares, afiliada da Rede Globo em Fortaleza. Foi importante porque os participantes e moradores do bairro disseram que acham o quadro uma forma interessante da mídia cobrir o cotidiano do bairro, apesar de ainda não ser o formato ideal, segundo eles.

Para a prática, a proposta era que fosse feita uma reunião de pauta, com ideias para alimentar os sites dos bairros Ellery e Monte Castelo. O momento foi muito enriquecedor porque percebemos que o desejo das comunidades é mostrar não só os problemas, mas sim a história e o cotidiano dos moradores. Relacionamos diversas ideias e o objetivo é que os trabalhos sejam executados em algum formato para os sites.

5ª oficina: Podcast / dia 16 de Novembro / 18h30 – 20h30

Nesse dia, iniciamos o encontro com a dinâmica dos pontinhos. Um verdadeiro desafio no qual, com apenas quatro linhas, é preciso unir novo pontos. Muitos participantes pediram cópia do exercício para mostrar para os amigos e parentes.

A primeira parte da oficina foi teórica. A equipe fez uma explanação sobre o conceito de Podcast e seus usos, dando instruções sobre como utilizar o programa de edição de áudio Audacity.

No momento da prática, os participantes da oficina foram divididos em equipes e fizeram uma
adaptação de notas do jornal impresso para a linguagem do rádio e, depois, fizeram a locução e gravação desses textos adaptados. Foram gravadas duas versões para cada equipe, variando os locutores e, em seguida, foi feita a edição no Audacity.

Os participantes também receberam um tutorial sobre o Audacity e um texto sobre Podcast, o que facilitou a compreensão do tema e possibilitou um estudo posterior.

6ª oficina: Fotografia / dia 19 de novembro / 18h30 – 20h30

A oficina de fotografia, quando planejada inicialmente pela equipe, deveria acontecer em dois dias: no primeiro, seriam apresentadas noções de foto digital e, no segundo, discutiríamos foto reportagens. Porém, no dia 17 (quando aconteceria o primeiro encontro), houve um imprevisto que impossibilitou a ida da equipe ao colégio Martinz de Aguiar. Por isso, conversando com o diretor da Associação, decidimos fazer um único momento sobre fotografia, que foi realizado no dia 19.

Começamos a oficina com um momento que possibilitou o uso da criatividade dos participantes. A dinâmica foi a seguinte: divididos em equipes de três participantes, solicitou-se que uma pessoa desenhasse uma cabeça, sem que nenhum outro integrante visse o que foi feito. A folha foi então dobrada e outro participante tinha que desenhar um corpo e outro, no mesmo esquema, as pernas. No final, foi mostrado o resultado desse desenho coletivo. O objetivo dessa dinâmica é mostrar que cada pessoa vê o mundo dessa maneira, e que isso é muito importante quando o assunto é fotografia.

No bloco teórico da oficina, foram apresentados alguns elementos fundamentais da fotografia, como enquadramento, foco, ângulo, perspectiva. A apresentação de exemplos para cada elemento motivou os participantes a opinarem e questionarem. Uma das participantes, inclusive, aproveitou para mostrar algumas fotografias que fez em uma viagem para a África, o que fez com que a oficina fosse mais dialógica.

Para praticar, foram distribuídas revistas de vários assuntos e os participantes foram incentivados a buscar fotos que chamassem a atenção deles e explicassem-nas utilizando como base teórica o conteúdo recém aprendido. Muito interessante como todos logo incorporaram a linguagem da fotografia na apresentação.

Encerramos os seis dias de oficina com troca de e-mails entre os participantes e a promessa de que as pautas pensadas na oficina de produção de matérias a partir da realidade local serão executadas para o site! Fizemos também uma avaliação geral das oficinas; pedimos a opinião dos participantes. Concluímos que o todo o processo foi muito proveitoso para nós e para eles. Todos aprenderam bastante com a troca de experiências.


Para saber mais sobre os bairros Ellery e Monte Castelo, visite os sites criados e alimentados pelos moradores:
www.bairroellery.com.br
www.bairromontecastelo.com.br

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Finalização das oficinas em Madalena

Programação:

Sábado (14h – 18h)
14:00 (30 min) – Dinâmica de apresentação: Cada participante escreve em um papel o nome e o que faz na rádio. Depois os papéis são misturados e sorteados, como se fosse um amigo secreto, todos vão tirar um papel e, em seguida, apresentarão aquele companheiro cujo nome está no papel.
14:30 (10 min) – Apresentação dos objetivos da oficina
14:40 (1h) – Teoria: Produção radiofônica; Como viabilizar a execução de uma matéria radiofônica. Leitura do texto e discussão.
15:40 (20 min) – Intervalo para o lanche
16:00 (30 min) – Em duplas, a turma simulará equipes de produção de rádio que devem sugerir uma pauta, colocando para a turma como sua matéria seria realizada e quais recursos jornalísticos seriam utilizados.
16:30 (1h) – Depois das pautas serem discutidas com toda a turma, cada dupla escreverá sua matéria.
17:30 (30 min) – Teoria: o roteiro radiofônico. Explicar o roteiro, mostrando exemplos.

Domingo (08h - 12h)
8:00 (1h) – Ida a campo para executar as matérias planejadas
9:00 (40min) – Gravação e edição das matérias
9:40 (20min) – Intervalo
10:00 (30min) – Montagem do roteiro do programa piloto.
10:30 (40min) - Gravação e edição do programa piloto.
11:10 (20min) – Apresentação do programa piloto pronto para a turma.
11:30 (30min) – Avaliação do programa e das oficinas.

A continuação da oficina de rádio na comunidade do Quieto aconteceu nos dias 14 e 15 de novembro. O objetivo, dessa vez, era montar um programa piloto a partir do que foi aprendido nas outras oficinas. Apenas seis pessoas da rádio estavam presentes.
Sábado, 14 de novembro
Iniciamos a oficina com um certo atraso, por conta participantes. Na dinâmica de apresentação, cada um escreveu em um papel o nome e o que faz na rádio. Depois os papéis foram misturados e sorteados, como se fosse um amigo secreto. Em seguida, todos tiraram um papel e apresentaram aquele companheiro cujo nome estava escrito.
Feitas as apresentações, foram explanados os objetivos da oficina. Depois, a turma leu e discutiu um texto sobre produção de notícias e dicas para uma boa reportagem de rádio. Questões éticas também foram abordadas nesse momento.
Os participantes dividiram-se em três duplas para simular equipes de produção, que deveriam propor uma pauta, dizendo também de que forma aquela matéria seria executada. Cada dupla mostrou seu planejamento para o grupo e escreveu uma pequena notícia sobre o tema que propôs.
Domingo, 15 de novembro
Dadas as boas-vindas, os participantes dividiram-se nas mesmas duplas do dia anterior e saíram pela comunidade para por em prática a matéria que haviam planejado. Com as sonoras prontas, os textos de cada matéria foram escritos e gravados.
A turma ouviu o material que foi produzido e, depois, todos se mobilizaram para montar um roteiro para o programa, usando as matérias. Com o roteiro pronto, o programa foi gravado e editado. Depois, a turma ouviu o produto final e comentou o resultado.
Foi feita uma breve avaliação das oficinas onde a turma revelou ter gostado do que foi exposto durante os dois finais de semana em que aconteceram as atividades.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Oficina de Linguagem Radiofônica Assentamento do Quieto (Madalena)

Programação:

1º DIA – SÁBADO (Horário: 14 às 18h)

14:00 – Mística

14:15 – Dinâmica de Apresentação

14:45 – Apresentação do Texto: Voz

15:15 – Discussão do Texto

15:45 – Intervalo

16:00 – Dinâmica: Gincana de adivinhação de locuções famosas do rádio cearense

16:20 – Escutar novamente as locuções e tomar nota dos pontos positivos e negativos delas

17:00 – Avaliação: Dividir em grupos para fazer textos de pequenos quadros de um programa (se possível gravar também)

17:40 – Ouvir e avaliar os quadros

18:00 - Encerramento

2º DIA – DOMINGO (Horário: 8 às 12h)

8:00 – Mística

8:15 – Cada um falará do trabalho que realiza na rádio e como a percebem como produtores e ao mesmo tempo ouvintes, apontando as falhas e os pontos positivos.

8:45 – Apresentação do Texto: Vigil (Manual para radialistas apaixonados)

9:15 – Discussão do Texto

9:30 – Intervalo

9:40 – Dinâmica

9:50 – Exemplos de programas (rádio jornal; rádio debate)

11:00 – Roteiro no rádio: como fazer?

11:15: Exercício de produção de roteiros (notícia, reportagem, nota de serviço). Os participantes serão divididos em 2 grupos e cada um ficará com uma monitora.

11:45 – Discutir os roteiros e avaliar a oficina

12:00 – Encerramento.

Introdução

Nos dias 10 e 11 de outubro estivemos na cidade de Madalena, no Sertão Central cearense, para realizarmos a oficina de rádio, vinculada à disciplina de Jornalismo no 3º setor.

A oficina foi realizada com os moradores do assentamento do “Quieto”, onde fica também a rádio comunitária 25 de Maio. A rádio existe há dois anos e está sob administração dos moradores do assentamento.

Com uma programação diária, a rádio pode ser ouvida por cerca de 10 municípios da região, como Quixeramobim e Milhã. Dentre os locutores da rádio encontramos pessoas de todos as idades, desde o Sr. Pepino, com mais de 60 anos, até os jovens Paulo Henrique, Ana Nélia e Viviane, de 15.

A oficina se deu em dois dias. No primeiro, nos reunimos à tarde com os participantes na escola que fica no mesmo assentamento. Na oficina não participaram apenas as pessoas que trabalhavam na rádio, mas também outros moradores do assentamento, principalmente jovens.

Sábado, 10 de outubro de 2009

No primeiro momento, os próprios participantes se encarregaram de fazer a mística. Neste primeiro dia, uma das meninas leu para o grupo um texto motivador, para que aproveitassem bem a oficina.

Para nos conhecermos melhor, logo depois disso, realizamos uma dinâmica de grupo. Levamos algumas imagens de pessoas, situações, objetos e pedimos para que cada participante escolhesse a imagem que mais o agradava ou que não agradava de jeito nenhum. Depois de pegar as imagens, eles deviam se apresentar para o grupo e dizer o motivo da escolha das fotografias. O primeiro encontro contou com a participação de 12 pessoas.

Assim, começamos a conhecer os participantes da oficina. Algumas das apresentações foram significativas para termos uma maior idéia de como era a vida daquelas pessoas e qual era a importância do trabalho na rádio para elas. Além disso, ficamos conhecendo os mais tímidos, os mais comunicativos, os mais engraçados e os mais sérios.

Depois disso, demos início à apresentação de um texto sobre a voz (COTES, Cláudia; FEIJÓ, Débora & KYRILLOS, Leny. Voz e Corpo na TV. Editora Globo). Mais voltado para a televisão, o texto também nos pareceu importante para discutirmos a utilização da voz no rádio. Ele mostra como devemos trabalhar a nossa voz para nos comunicarmos melhor, apresentando estratégias que ajudam a manter uma boa voz, que contribua para a audiência do meio de comunicação em que trabalhamos. No texto são mostrados aspectos concernentes ao ritmo e articulação da voz, gestos e expressão facial, e como estes devem estar em concordância com o espírito da informação, contribuindo para a credibilidade das notícias.

Ao mesmo tempo em que apresentávamos o texto também íamos fazendo pausas para discutirmos as propostas das autoras. Os participantes explicaram como trabalhavam suas vozes na rádio, como era o estilo dos programas e quais as melhores formas de utilizar a voz para chamar mais atenção dos ouvintes.

Daí, fizemos um pequeno intervalo. Na volta, para descontrair um pouco, fizemos uma nova dinâmica. Desta vez, levamos para eles os áudios de alguns locutores famosos do Ceará. Os participantes teriam que adivinhar quem estava falando.

As vozes eram dos seguintes locutores: Paulo Oliveira, Carlos Augusto, Samantha Marques, João Inácio Júnior e Augusto Borges. De todos, somente a voz de João Inácio foi reconhecida.

Depois deste momento, colocamos novamente os áudios para ouvirem, mas agora deveriam prestar atenção nos formatos dos programas. Em seguida perguntamos a opinião dos participantes sobre esses programas e discutimos a proposta de cada um deles, explicando seus pontos positivos e negativos.

Os participantes também contribuíram fazendo comparações entre esses programas e os programas da rádio 25 de Maio, que além de programas focados na questão do Movimento Sem Terra, também veicula programas diversos, como de esportes, de músicas bregas e românticas e tem ainda um espaço para um programa infantil, aos domingos.

Para finalizar o primeiro dia de oficina, propomos aos participantes que fizessem uma reunião para discutir o que poderia ser incorporado aos programas da rádio. Assim, eles se dividiram em dois grupos. O primeiro ficou com os locutores dos programas informativos, como o esporte e o jornal sem-terra. O segundo agrupou os locutores dos programas de entretenimento, como o programa de música brega e o de música romântica.

No final, cada grupo apresentou as sugestões para seus programas e também para os programas dos colegas. As propostas foram discutidas por todos e nós também contribuímos com outras sugestões. A participação da colega Helena, que também estava realizando uma pesquisa no assentamento, também trouxe outras contribuições para os participantes da oficina.

O primeiro grupo, por exemplo, mostrou que poderia aprimorar o programa esportivo trazendo para a rádio pessoas para serem entrevistadas, como dirigentes de clubes da região e jogadores. Já o jornal Sem-Terra poderia receber pessoas para falar sobre o movimento e na semana dedicada a Che Guevara fazer um histórico da vida do guerrilheiro, contando cada um pouco da sua importância para a América Latina.

O segundo grupo, que ficou com o pessoal dos programas mais voltados para a música, sugeriu que os locutores falassem mais sobre as músicas, os cantores, compositores e também sorteasse pequenos brindes com os ouvintes, para aumentar a participação deles.

Domingo, 11 de outubro de 2009

A programação do domingo era trabalhar o “Manual para Radialistas Apaixonados” de José Lopes Vigil, um estudioso de rádio que viaja toda a América Latina fazendo consultorias para rádios populares.

Pontuando as orientações gerais de Vigil, trabalhamos aspectos técnicos da linguagem radiofônica, sempre abrindo espaço para que o grupo relatasse suas experiências à frente da rádio. A intenção era que avaliassem o próprio trabalho e pensassem em novas formas de fazê-lo. Por exemplo, o autor fala de uma linguagem dominante, aquela utilizada para excluir as massas e afastá-las da informação. Perguntamos ao grupo se eles percebiam que a linguagem que utilizavam era acessível a todos os ouvintes, a resposta, de pronto, foi afirmativa. Pegamos então o exemplo do “spot” da rádio: “Ocupando o latifúndio no ar” e questionamos os participantes da oficina se o ouvinte lá de Milhã, que nunca tinha visitado o assentamento e que não conhecesse o MST, entenderia o termo “latifúndio” com a mesma clareza dos assentados.

A sugestão não era que se mudasse o lema da rádio, mas que sempre que possível os radialistas esclarecessem as razões desse “slogan”. Que levassem para o microfone a sua vivência de combate aos latifúndios (da terra e do ar) devidamente explicada para os ouvintes.

Outra razão para discutir esse texto na oficina é a riqueza de experiências do autor transcritas para o papel. Há um relato de uma rádio na Bolívia que usa os sons da natureza para compor os programas dividindo os quadros ou acompanhando o radialista durante sua locução. Essa sugestão veio a calhar para o programa “Manhã do Campo” apresentado por seu Pepino. Depois de defender a idéia de que sons criam imagens para o público, deixamos que ele dissesse o que pensava da idéia. Qual foi nossa surpresa ao ouvir que certa vez levaram um carneiro para o estúdio e diante do microfone apertaram o animal para gravar o balido.

Após o intervalo, apresentamos formatos variados de programas da Rádio Universitária, como o “Jornal da Educação”, “Rádio Livre” e “Sem Fonteiras, Plural pela Paz”. Ouvimos a primeira vez atentando apenas para a locução, ritmo, entonação, aspectos que vimos no primeiro momento da oficina e no dia anterior. Percebemos que o grupo demonstrava grande interesse em ouvir programas diferentes dos que fazem. Depois do exercício de escuta, explicamos as características de alguns formatos radiofônicos como Radiorevista, Radiojornal, Documentário e Radionovela. Escutando novamente os trechos dos programas, pedimos que tentassem classificar cada um deles.

O propósito dessa atividade era que os adolescentes e Seu Pepino percebessem as possibilidades de inovar a rádio, incentivando a criatividade do grupo e, segundo o que foi relatado por eles na avaliação da oficina, trazendo novo ânimo para trabalhar na rádio.

A Rádio 25 de Março representa um elo entre as dezoito comunidades do assentamento e presta o serviço de informar os moradores das atividades do Movimento Sem Terra (MST). Além disso, tem um importante noticiário esportivo de público fidelizado. O jornal do movimento que chega mensalmente ao assentamento e as notícias de esporte de outras rádios são as principais fontes de informação para o grupo montar seus programas.

Percebendo a necessidade de orientação, ajudamos o grupo a escrever notícias seguindo os critérios jornalísticos. Dividimos dois grupos que fariam notícias sobre o assentamento. O grupo se saiu muito bem na elaboração dos textos, um sobre o resultado de jogos do Campeonato Brasileiro, outro anunciando a programação da semana dedicada ao guerrilheiro Che Guevara na qual todo o assentamento se mobiliza para homenageá-lo. A notícia sobre a inauguração da escola foi feita como se estivesse sendo anunciada em abril de 2008 quando o fato realmente aconteceu, trabalhando apuração de custo da obra, o tempo da construção, origem do dinheiro, e dando organizadamente informações sobre hora e local da inauguração.

Uma situação interessante foi quando Seu Pepino, que já havia nos dito que não sabia ler e escrever, fez também uma notícia a seu modo, sua forma de falar mas respondendo fielmente ao “Quem, o que, quando, onde, por que”.

Considerações Finais

Também no último dia de oficina pedimos que os participantes fizessem uma avaliação do nosso trabalho. Tímidos, cada um colocou no papel suas impressões. O Sr. Pepino falou pessoalmente. Podemos sintetizar as impressões dos participantes através das palavras de um deles:

“Ao longo deste trabalho, o processo da oficina foi bastante produtivo. Isso significou uma interação e troca de experiência, para os jovens que estão na fase inicial de programas de rádio. Este é mais um passo para os companheiros e companheiras do MST. Em nome do MST agradecemos a todas vocês que vieram contribuir com os jovens desta comunidade do Quieto”.

Por isso, mais do que formar comunicadores, ou mesmo trocar experiências, a oficina sobre linguagem radiofônica em Madalena serviu para fazer amigos.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Bairro Ellery inscreve participantes para oficinas ministradas pelo Parc


Formigas do Parc, matriculadas na disciplina Jornalismo no Terceiro Setor, ministram oficinas para curso que vai formar rede de comunicadores de bairros da região oeste de Fortaleza. As pré-inscrições vão até 1º de novembro. Mais informações e pré inscrições, consulte o site http://www.bairroellery.com.br/

No período de 7 a 20 de novembro, alunos da Universidade Federal do Ceará (UFC) e membros da equipe do sitio do bairro Ellery ministrarão oficinas de comunicação para integrantes de entidades populares e movimentos dos bairros Ellery, Monte Castelo, Álvaro Weyne e Presidente Kennedy.

O curso é uma iniciativa da equipe do sítio http://www.bairroellery.com.br/ em parceria com o Programa de Assessoria Técnica e Sócio-cultural às Rádios Comunitárias do Ceará (Parc – UFC), Associação Comunitária dos Bairros Ellery e Monte Castelo (ACEM) e Rádio Comunitária Mandacaru, com o apoio da Prefeitura de Fortaleza.

Veja a programação:
- 07/11 (sáb) > Oficina de leitura crítica da mídia > 8h - 12h
- 09/11 (seg) > Oficina de produção de texto para a Internet (parte 1) > 18h30 - 20h30
- 10/11 (ter) > Oficina de produção de texto para a Internet (parte 2) > 18h30 - 20h30
- 11/11 (qua) > Software livre / conhecendo o cms Xoops > 18h30 - 20h30*
- 12/11 (qui) > Como produzir matérias a partir da realidade local > 18h30 - 20h30
- 13/11 (sex) > Conhecendo o sitio http://www.bairroellery.com.br/ > 18h30 - 20h30*
- 16/11 (seg) > Desenvolvimento de podcast > 18h30 - 20h30
- 17/11 (ter) > Publicando conteúdo no sitio http://www.bairroellery.com.br/ > 18h30 - 20h30*
- 18/11 (qua) > Noções de fotografia digital > 18h30 - 20h30
- 19/11 (qui) > Fotoreportagem > 18h30 - 20h30
- 20/11 (sex) > Encerramento com debate sobre a criação da rede de comunicadores/as populares, entrega de certificado e confraternização dos participantes > 18h30 - 20h30*

* Oficinas facilitadas por membros da equipe do equipe do sitio bairroellery.

Com informações da coordenação do curso.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho é nova parceira do Parc



Formigas do Parc facilitam oficina de leitura crítica da mídia na EAO

Nessa quinta-feira, 25 de junho, o casarão que pertenceu ao engenheiro e antropólogo cearense Thomaz Pompeu Sobrinho foi alvo de olhares ávidos por algo além da arte da restauração, especialidade da casa. É que a Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho (EAO), sediada no prédio, acaba de tornar-se parceira do Parc. E as atividades já começam em pleno vapor. As formiguinhas do Parc, Emanuele Sales e Camila Queiroz, ministraram uma oficina de leitura crítica da mídia para 12 jovens moradores do bairro Jacarecanga e inscritos pela escola.
A oficina, que estava programada para começar às 8h, só teve início às 8h40. O motivo do atraso: uma chuva fininha que caía em Fortaleza, e que deixou os participantes com vontade de dormir até mais tarde. Além disso, boa parte dos jovens estava fazendo prova no Colégio Liceu, que fica perto da Escola. Mas nada houve que diminuísse o interesse pela oficina, afinal, pra começo de conversa, batemos um papo sobre o que é mídia. Confira o roteiro da atividade:

- Confecção de crachás
- Apresentação dos participantes e das monitoras Camila Queiroz e Emanuele Sales
- Conversa I: O que é Mídia?
E o Jornalismo nessa história toda?
Interesse público X Interesse do público
- Vídeo I: William Bonner fala sobre a morte de Roberto Marinho durante o Jornal Nacional
- Vídeo II: Record News é anunciada durante o Jornal da Record
- Debate sobre os vídeos
Conversa II: O que é Ética?
E ética no jornalismo?
- Vídeo III: Vídeo do programa Cidade 190, com Edson Silva e o repórter Águia Dourada.
- Debate sobre o vídeo
- Lanche
- Prática: confecção de cartazes. A turma, dividida em quatro grupos, confeccionou cartazes com o tema “A mídia que temos e a mídia que gostaríamos de ter”

A oficina terminou ao meio-dia. Ao final, cada equipe apresentou o cartaz e falou sobre suas impressões durante a oficina. As monitoras saíram com a sensação de missão cumprida e com a certeza de que a Escola de Artes e Ofícios já é uma forte parceira do Parc.