sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O uso da Internet pelos Movimentos Sociais


Trabalho da disciplina de Jornalismo do Terceiro Setor
Turma Luiz Gama
Jornalismo da Terra

Professora: Márcia Vidal
Educando:  Marcelo Matos


O uso da Internet pelos Movimentos Sociais


A oficina foi realizada dia 19 de setembro  de 2012 na Escola do Campo João dos Santos de Oliveira (João Sem Terra) localizada no Assentamento 25 de Maio em Madalena Ceará. O trabalho foi desenvolvido com a turma do 1° ano (A) do ensino Médio.

Pesquisa no Site do MST
No primeiro momento o debate foi sobre a história da internet, o que muito mim surpreendeu foi que a maioria dos alunos, usa a internet, porém não sabiam a sua história e  os fins para que ela foi criada.

O uso da internet no Campo é muito recente, mesmo com o esforço dos Governos Federal e Estadual em levar internet ao campo, como a implantação das casas digitais, os Centros Rurais de Inclusão Digital CRIDI e os Telecentros,  uma grande parte da população do interior do Brasil ainda não tem acesso a internet,  e aqueles que conseguem ter acesso  muitas vezes usam apenas para redes sociais de relacionamento como Orkut e Facebook e não para pesquisa.

O que nos faz entender que nossas escolas precisam trabalhar com os alunos o uso dessa ferramenta importante que é a internet para fortalecer a pesquisa e a luta do MST. Isso por que diariamente sofremos constantes ataques da mídia burguesa e precisamos utilizar dos meios que temos para fazer a batalha das ideias.

Na oficina realizamos várias pesquisas na pagina do MST, muitos dos educandos não conheciam a página do movimento e acessaram pela primeira vez. A escola do campo possui um blog e a intenção da oficina é de ter uma continuidade,  nas próximas trabalhando a produção de texto para internet para que os alunos possam alimentar o blog da Escola com noticias do seu dia a dia do Assentamento e da Escola.

Além do Blog está sendo construído coletivamente com os professores e alunos um projeto experimental de comunicação  com a ideia de integrar vários meios,   oficinas de produção de cordel,  audiovisual que já está sendo realizada com a produção de um vídeo pelos alunos, rádio livre e como produto final a realização de um programa de rádio só sobre educação na Rádio 25 de Maio  que será semanal, além de trabalhar a mística como forma de comunicação entre pais, alunos comunidade escolar.










Pesquisa no Site da UFC e no Blog do Parc 

















segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Debate sobre os documentários “Levante sua voz” e “Lutar Sempre” durante o I Curso de Formação Política para jovens da Regional Cabana do MST Pará



Durante o mês de agosto aconteceu, no assentamento Luis Carlos Prestes, município de Irituia, a I Escola de Formação Política do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O curso contou com a participação de 25 jovens vindos de várias áreas de assentamentos e acampamentos que, durante 25 dias, debateram sobre sua realidade, Teoria da Organização, Agroecologia, Princípios do MST e Cooperação Agrícola.

Na oficina de comunicação os jovens assistiram o documentário “Levante sua Voz” e, durante 40 minutos, debateram sobre a mídia brasileira e seu monopólio por parte das grandes empresas de comunicação e seus proprietários. O documentário trata exatamente sobre o poder da mídia e a forma de como ela constrói uma sociedade imaginária na cabeça das pessoas, a partir de seus meios de comunicação (rádio, televisão e revistas).

No debate os jovens apontaram o monopólio da comunicação como o grande problema a ser enfrentado nos dias de hoje. A sua democratização se faz necessária e urgente, pois, enquanto houver poucas pessoas que decidem o que o povo brasileiro deve ler, ouvir e ver, a sociedade continuará desigual e seus problemas nunca serão resolvidos, principalmente os da juventude que é duramente marginalizada pelos grandes meios de comunicação de massa.

Outro fator interessante que surgiu durante o debate foi o fato de como os meios de comunicação influenciam no comportamento das pessoas. O modo de se vestir, de se comportar, o que consumir, são todos ditados pelos programas e anúncios veiculados nos meios. Um exemplo claro disso, apontado pela juventude do curso, é o programa Malhação, da Rede Globo. O programa mostra uma juventude sarada, que freqüenta academias, consomem desenfreadamente, se envolvem em brigas e só vivem em baladas. Segundo os participantes do curso, este programa mostra uma juventude que não é a realidade da maioria dos jovens brasileiros.

O documentário “Lutar Sempre”, organizado pela brigada nacional de audiovisual da Via Campesina, mostra o V Congresso Nacional do MST e toda a história dos demais congressos realizados pelo movimento.

Durante a exibição do documentário os jovens puderam conhecer um pouco mais sobre a História do MST, seu surgimento, sua luta e a importância de todos os seus congressos nacionais. A partir da realização desta atividade os jovens também conheceram o trabalho da brigada nacional de audiovisual da Via Campesina e seus objetivos.

A oficina serviu para os jovens debaterem e conhecerem sobre o papel exercido pela mídia no Brasil, quem são os grupos que a monopolizam e a serviço de quem ela está. Também proporcionou que, jovens que estão entrando no MST, conhecessem um pouco mais sobre a história do movimento e de seus congressos nacionais.





Relatório oficina de rádio


Educanda: Neudicléia de Oliveira

Nos dias 16 a 20 de julho realizamos uma oficina de rádio no 11°encontro estadual da juventude do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC). No planejamento tentamos levantar quais eram as demandas que precisávamos trabalhar e qual a metodologia que iríamos utilizar, tendo em vista que não conhecíamos o publico que participaria da oficina. Levantamos algumas demandas como sociodrama, disco foro, entrevista, mesa redonda e locução.
Além dessa oficina varias outras estiveram acontecendo na atividade e como resultado final do trabalho cada uma delas deveria apresentar um produto final, para socializar com os demais participantes da atividade. Estivemos trabalhando com um grupo de 16 jovens vindos das áreas de assentamentos da reforma agrária e que escolheram fazer um programa de rádio ao vivo.
Inicialmente fizemos uma rodada de apresentação para podermos identificar e assim fazermos uma sondagem no nível de entendimento do publico em relação ao rádio. Dividimos a oficina em momentos teóricos e práticos. Trabalhamos a importância do veiculo rádio como ferramenta de comunicação dentro dos movimentos sociais em especial no MST, contextualizando sobre a experiência acumulada nesses anos de existência e os desafios que precisa ser superado. Os conceitos de rádio livre, educativa, comercial e comunitária para ai entrarmos em alguns formatos radiofônicos.

Circulamos entre os mesmos uma lista para saber qual a música preferida para assim trabalharmos o disco foro. A mais votada foi “eu quero tchu eu quero tcha” de João Lucas e Marcelo, onde ouvimos várias vezes para assim podermos fazer a discussão sobre a letra e a mensagem que a mesma passava. Em seguida trabalhamos o formato do sociodrama, pois em cada bloco intercalávamos a teoria, mas na sequencia dividíamos o grupo para assim os mesmos apresentarem qual era a compreensão sobre cada tema.
Nas entrevistas apresentamos os tipos de entrevistadores e entrevistados onde separamos em duplas e deixamos a critério deles qual cada um gostaria de interpretar. Nessa parte foi bem interessante, pois não havíamos entrado ainda na mesa redonda e os mesmos montaram uma apresentação nesse estilo com um mediador e vários convidados para discutirem o tema da juventude.
Na parte da locução realizamos alguns exercícios de dicção e respiração onde cada um teve que ler textos no microfone para ir treinando essa prática. Ao final da exposição dos formatos fomos discutir que tipos de programa iriam construir e apresentar ao coletivo. Varias ideias surgiram, mas o que ficou definido foi que seriam três blocos com duração em torno de uns 15 minutos. A dificuldade que se teve foi na definição dos formatos nesses blocos. Na ideia inicial era para ser sociodrama, entrevista e mesa redonda, porém na divisão e na elaboração no programa teve dificuldades no sociodrama, pois tínhamos pouco tempo e quase sem estrutura para gravação. Foi onde substituímos o sociodrama pela carta do ouvinte.
Sendo assim dividimos os educandos em três grupos e dois locutores um homem e uma mulher, onde cada um deles era responsável por um bloco. O roteiro do programa foi montado intercalando a fala dos locutores em seguida entrevista, carta do ouvinte e mesa redonda. Nas entrevistas os educandos usaram o recurso da gravação e buscaram entrevistar um dirigente do MST e um professor da UFC. Na carta do ouvinte foi um desabafo dos jovens a UFC pelas más condições de alojamento e estrutura do encontro. Na mesa redonda foram convidados educandos e educadores das demais oficinas para debaterem sobre os temas.
Escondidos atrás de uma mesa para não serem notados pelo publico que lotava o auditório, o grupo apresentou o programa usando o programa ZaraRadio para dar dinâmica com efeitos sonoros e vinhetas. Ao final a carta do ouvinte foi escolhida para ser entregue ao reitor da universidade como forma simbólica de relatar as angustias dos jovens.
A oficina foi produtiva tanto para os educandos, mas também para nós que nos desafiamos em repassar os conteúdos aprendidos em outras oficinas e no próprio laboratório de rádio. Mesmo havendo dificuldades estruturais conseguimos realizar um produto final da oficina. Podemos observar que os jovens tem uma aproximação do rádio do ponto de vista de serem ouvintes, mas não como protagonistas ativos da programação das emissoras nos assentamentos.
Tivemos que acompanhar diretamente a produção do produto, tendo que até mesmo mudar um dos formatos pela dificuldade de entrosamento com o sociodrama. Nessa mudança pude observar o bom desempenho dos educandos em escrever textos onde gerou a carta ao ouvinte.









terça-feira, 18 de setembro de 2012

COLÉGIO DESENVOLVE NOVOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO POR MEIO DE OFICINA


Auditório do Colégio Casa Jovem II
A rotina do Colégio Estadual Casa Jovem II, localizado no município de Igrapiúna (BA), mudou com a chegada de uma oficina de comunicação social. As oficinas tinham como objetivo desenvolver um espaço que possibilite a discussão e apropriação de alguns aspectos técnicos dos diversos veículos de comunicação, sendo ministradas por Wesley Lima, educando do curso de Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

 A ideia de discutir comunicação no seio escolar surgiu por meio de Wesley que encontrou apoio na direção do Colégio. Juntos, conseguiram desenvolver três dias de estudos e práticas comunicacionais que impulsionaram a construção de novos veículos.

As oficinas traziam como metodologia a exposição de alguns aspectos técnicos sobre a construção textual e o fotojornalismo, em seguida, os educandos praticavam o que foi aprendido em pequenos grupos de estudo.

Colégio Estadual Casa Jovem II

De acordo com Ademário Reis, Diretor do Colégio, “O Casa Jovem possui uma direção preocupada com o rendimento escolar dos educandos. Pensando nisto, quando aparece alguém que propõe contribuir para o fortalecimento educacional, são bem vindos”.

A comunicação é uma área já trabalhada a muito tempo no colégio. Como exemplo: a Rádio Jovem Mix, que funciona dentro do colégio por meio de altos falantes com a contribuição de uma parcela dos educandos;

Desta forma, as oficinas iriam contribuir para o fortalecimento desse meio de comunicação e criar novas possibilidades.

Resultados

Durante as oficinas foi possível consolidar grupos de trabalho para as diversas atividades comunicativas, como: rádio, internet e a construção de um boletim escolar.

“O espaço de estudo proposto foi o primeiro passo. Agora os educandos devem se organizar para colocar em prática o que foi aprendido, levando em consideração sua realidade. Fazendo com que os aspectos sociais e culturais sejam o ponto chave para o desenvolvimento e fortalecimento desses meios”. Afirma Wesley Lima. 
  




Instituto Terramar

Os 18 anos do Instituto Terramar

A partir de encontros informais de jovens universitários dos cursos de Geografia, Engenharia de Pesca e áreas afins surgia em 1993 o Instituto Terramar. De lá para cá, essa Organização Não Governamental, que não se reconhece como do Terceiro Setor, vem abrindo caminhos para a cidadania, a justiça ambiental e a participação política. O objetivo era criar uma organização que pudesse fortalecer as associações comunitárias, as populações costeiras e fazer assessoria à pesquisa e à pesca artesanal. “Fazemos um debate que envolve ações de formação, produção de conhecimento e até o desenvolvimento de tecnologias de produção para fortalecer as populações do mar”, explica Camila Garcia, assessora de comunicação do Instituto. O trabalho se dá ainda no sentido do fortalecimento da identidade cultural dos Povos do Mar do Ceará.

O Instituto atua na Zona Costeira do Ceará e define sua Comunicação como do campo popular democrático. A ONG não se reconhece como do Terceiro Setor, segundo Camila Garcia, por ter objetivos diferentes da maior parte das Fundações, que também são classificadas como do Terceiro Setor pela legislação brasileira.  Muitas Fundações, segundo a assessora, teriam clara a finalidade de desenvolver relações empresariais. “O Terramar e a Fundação Edson Queiroz, por exemplo, são classificadas como do Terceiro Setor, mas atuam de formas distintas, têm acesso a recursos de formas distintas. Esse termo uniformiza, por isso há um não reconhecimento dessa nomenclatura por parte do Terramar e de muitas outras ONGs filiadas à Associação Brasileira de ONGs (ABONG)”, explica.

Outra crítica do Instituto que Camila Garcia cita é o fato de que muitas Fundações se utilizam do discurso da responsabilidade social, uma forma que o Capitalismo teria encontrado para camuflar os males sociais que causa. “Muitas Fundações ainda falam em responsabilidade social. O Terramar não debate isso. A gente sabe que vive num sistema e que temos de entendê-lo, mas nosso projeto político é de transformação da sociedade. A linha da responsabilidade social pensa apenas em formas de compensação, não resolve o problema”, diz.

Núcleo de Comunicação
Ações de formação, produção e difusão de conteúdos, essas são as atividades do Núcleo de Comunicação do Terramar, estrutura responsável pela comunicação institucional e pela assessoria da ONG. O Núcleo é responsável, entre outras coisas, por auxiliar na produção de material gráfico nas comunidades em que o Instituto atua. Quando se faz necessária a divulgação de um evento promovido por alguma comunidade, por exemplo, o setor oferece auxílio. No entanto, as próprias comunidades produzem sua comunicação por meio de jornais murais, uso de blogs, entre outros meios. O Terramar oferta formações para que os grupos cheguem a esse estágio de autonomia. Antes da criação do setor, a ONG já dava formações nesse sentido. A atuação se dá de acordo com as demandas da comunidade que, algumas vezes, precisa saber apenas como ter acesso ao Ministério Público para denunciar algo ou ainda como criar uma Associação de Moradores.

Recursos - Como o Terramar se financia e mantém sua força como instituição
O Instituto tem seus recursos financeiros advindos, fundamentalmente, de investimentos estrangeiros no Ceará. É através das organizações internacionais denominadas agências de cooperação, que o Terramar funciona até hoje. Essas agências de cooperação mundiais ajudam movimentos sociais no Brasil desde a década de 1970, e o Terramar usufruiu dessa situação favorável, inclusive para ser criado.

Essas agências de cooperação internacional são formadas por igrejas ecumênicas e cristãs, que faziam doações para os fundos existentes para apoiar os países em desenvolvimento. As igrejas recebiam muitas doações individuais. Camila Garcia, jornalista e assessora do Terramar, conta-nos que, com o início da crise na Europa, a situação favorável tem mudado um pouco.

Outra situação tem dificultado ainda mais a captação de recursos para ONGs como o Terramar. Segundo a assessora, foi-se construindo em âmbito mundial, principalmente após a eleição do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, a ideia de que o Brasil está em desenvolvimento e de que a pobreza estaria acabando, bem como, que os direitos da população são amplamente garantidos. Devido a isso, essas organizações passaram a encontrar dificuldades para financiar projetos no Brasil. 



O Terramar organiza como será sua captação de recursos de três em três anos. Nestes momentos, elabora todos os seus projetos e os apresenta para as agências de cooperação internacional com as quais já trabalham ou outras de que venham se aproximando. Quando o Terramar consegue o apoio dessas organizações, elas financiam geralmente o que a assessora Camila chama de “parte institucional”. É o pagamento de pessoal, o aluguel, a luz e o telefone. E o que não é aprovado, a organização tenta buscar através de editais.

Atualmente, as agências internacionais que financiam o Terramar são a Organização Intereclesiástica para a Cooperação ao Desenvolvimento (Icco), holandesa, a Kerk in Actie (Church in Action), também holandesa, a Evangelischer Entwicklungsdienst (EED), alemã, e a Intervita Onlus, italiana. 

O que a Comunicação do Terramar produz
Site oficial:  Existe desde 2003. Em 2011 sofreu uma reformulação por conta dos 18 anos do instituto. É possível visualizar o site antigo no link “Memória Institucional”; 

Portal do Mar: uma página do Fórum de Defesa da Zona Costeira do Ceará que funciona como portal de notícias relacionadas à zona costeira do estado e também atua como banco de dados, sendo o veículo de maior diálogo com a sociedade;

Rede Tucum: o Terramar é a Secretaria Executiva da Rede Tucum e administra a página; 

Algas Cultivando a Sustentabilidade: é uma iniciativa do Instituto Terramar com o objetivo de fortalecer a conservação dos bancos naturais de algas de Flecheiras, proporcionando aos seus moradores espaços de reflexão sobre a potencialidade dos recursos naturais existentes no território da comunidade. Aprovado em seleção pública de 2008, o projeto é patrocinado pela Petrobras, por meio Programa Petrobras Ambiental. Não é pretensão que o site continue, a página existirá enquanto durar o projeto. O site se mostrou o melhor veículo com a juventude, de acordo com Camila Garcia.

Perfil da Rede Tucum no Facebook: A página tem 4.990 amigos e 322 assinantes. O perfil auxilia na divulgação da Rede e de suas ações como oficinas ofertadas, lançamento de exposições e informes sobre as atividades realizadas. A rede Tucum também possui perfil no Twitter que é utilizado de forma bem mais limitada, somente 87 mensagens foram tuitadas desde a criação da conta (a última foi realizada em 25 de abril de 2012), a página tem 222 seguidores e segue 87 perfis.
 
Há ainda o perfil no Twitter para o Fórum da Zona Costeira, que atualmente vem sendo pouco atualizado, foram realizados 593 tweets (sendo o último em 27 de março de 2012), 126 seguidores e está seguindo 103.

 
Além dos sites, é produzido o “Boletim Marulho” que funciona como material institucional do Terramar, a publicação impressa não tem uma periodicidade definida, pois, já que o Terramar não foca sua produção em materiais institucionais, a produção do Boletim Marulho fica restrita à edições especiais a cada três anos, quando há um rearranjo.

A relação do núcleo de comunicação do Instituto Terramar com os coordenadores da ONG possui um caráter de fiscalização e prestação de contas a respeito das ações desenvolvidas. Levando em conta que o histórico de inserção da atual jornalista responsável pelo núcleo, Camila Gadelha, nessa posição, é possível perceber que o modelo apresenta certa diferenciação em relação a assessorias de imprensa de empresa privada ou órgãos públicos. 

Formas de Participação dos membros da Gestão

Ao explicar que iniciou como militante na instituição, onde sugeriu a implantação de um núcleo de comunicação, até, depois tornar-se estagiária e, finalmente, efetivada no cargo, Gadelha firma-se como uma profissional que tem noção dos processos necessários para efetivação do núcleo, uma vez que acompanhou todo o desenvolvimento deste. É importante ressaltar também que a atuação dela como educadora nos projetos do Terramar também oferece um olhar diferenciado em relação ao papel do assessor de imprensa.

“O Núcleo de Comunicação do Instituto Terramar está diretamente ligado ao que chamamos de Coordenação Colegiada da ONG”, explica a assessora. Esse estreitamento entre os dois núcleos faz com que as atividades desenvolvidas por ambos caminhem de forma agregada para conseguir efetivar a abrangência dos projetos assessorados, bem como cultivar valores do núcleo de comunicação já expostos neste trabalho, como o cuidado em não realizar um trabalho de divulgação institucional.

Por: Elias Bruno, Fernando Wisse, Gabriela Alencar, Ingrid Braquehais e Marcos Mendes

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Análise da Assessoria de Comunicação do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDECA-CEARÁ)


Ainda em 2009, em meio às discussões sobre a construção do Acquário, projeto do governo do Estado voltado para o turismo, o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará (Cedeca) tomou a voz. A organização não governamental entrou com uma ação contra o órgão administrativo responsável e lançou uma nota técnica aberta para a sociedade. Era uma forma de manifestar-se e fazer ouvir aqueles que lutam pela garantia e efetivação dos direitos da criança e do adolescente. 

Os argumentos eram contundentes. No documento, dados comparativos. “Enquanto o governo do Estado irá gastar R$ 250 milhões na construção de um aquário, mais de 69 mil alunos da escola pública não conseguem ler palavras simples ou, nem ao menos, reconhecer o próprio nome”, dizia. Outros dez motivos eram apresentados ao leitor. Com informações bem apuradas e analisadas por especialistas, o Cedeca provava por “a + b” aquilo que fora destinado a fazer dentro de seu nicho de atuação. 

“Nós atuamos mostrando as violações cometidas pelo Estado. Seja por infração direta, ou por omissão”, explica a assessora da instituição, Aline Baima. O trabalho de Aline como jornalista responsável pela ONG é fazer barulho. Mas um barulho tão grande que possa chegar a ser ouvido pelos mais altos cargos do poder executivo. Para tanto, Aline tem suas estratégias. Ações judiciais, notas, publicações, seminários e um constante trabalho junto à imprensa cearense, que funciona, nesse caso, como uma espécie de “caixa de ressonância” das denúncias e análises produzidas pela organização. 

Durante a realização do nosso trabalho, tivemos tempo de conhecer, estudar e refletir sobre o Cedeca como instituição e sobre sua assessoria de comunicação, área da instituição ocupada por colegas de profissão. Aline Baima – na época, assessora da instituição – foi nossa guia. 

O trabalho que nos foi apresentado foi um trabalho avaliado, pela maioria, como eficiente. O Cedeca propõe atuar em três eixos temáticos, direito à participação de crianças e adolescentes, direito da proteção e direito ao desenvolvimento, e com estratégias e três estratégias, proteção jurídico-social, mobilização social e produção e difusão de conhecimento público. Dessa forma, sua atuação é sistematizada, tornando-se, portanto, mais eficiente. Dentro desses eixos, a assessoria de imprensa desempenha papel fundamental. Em todos os projetos desenvolvidos pela ONG, a assessoria se destaca como a responsável por criar materiais impressos e digitais, seja na parte textual seja na parte gráfico. 

A produção de materiais impressos é outro ponto forte da instituição. As publicações organizam o material produzido em encontros e seminários promovidos pelo Cedeca e são distribuídas a jornalistas e a outras instituições afins. Aos jornalistas, também são ofertados cursos e oficinas específicas sobre temas envolvendo a criança, o adolescente e a mídia, conscientizando e qualificando os profissionais que são formadores de opinião. 

A atuação junto à imprensa do Cedeca é bastante eficaz. A instituição consegue emplacar pautas sobre a infância e a adolescência e, mais importante, conseguiu tornar-se fonte de referência no assunto. Dessa forma, sempre que um tema envolvendo a criança e o adolescente na mídia, o Cedeca é consultado e tem a oportunidade de fazer ser ouvida a sua opinião. 

Por outro lado, a assessoria de comunicação do Cedeca ainda apresenta algumas falhar que poderiam ser corrigidas. À época da nossa entrevista, a assessoria era composta por uma jornalista e por uma estagiária. Hoje em dia, nenhuma das duas continua trabalhando na instituição. As responsáveis pela assessoria, além do trabalho de contato com a imprensa, compilação de dados, produção e revisão das cartilhas e comunicação interna. Dessa forma, algumas áreas ficavam descobertas ou não eram completamente desempenhadas. 

É o caso da comunicação interna, que era realizada por meio de um quadro branco, que se refere aos “voluntários para entrevistas com a imprensa”. Nem sempre, no entanto, o quadro era atualizado e, às vezes, alguns membros do Cedeca iam à imprensa sem o conhecimento da assessoria. Além disso, também eram feitos boletins de notícias e malas diretas, nem sempre produzidos com a periodicidade devida. A periodicidade também era um ponto prejudicado quando observávamos as cartilhas e o jornal “Na pauta da infância”. De bimestral, o jornal passou a ser publicado apenas em “datas importantes”. 

O site do Cedeca também possui alguns problemas. Algumas abas e seções do site não funcionam e nem todas as publicações produzidas pelo Cedeca estão disponíveis em formato online. 

No momento, o Cedeca encontra-se sem assessoria de imprensa. Todos os problemas observados parecem recair sob a questão do grande volume de trabalho para uma mão-de-obra pequena. Uma possível solução seria a contratação de mais estagiários para o desempenho de funções mais simples, como o clipping e alimentação de site/ redes sociais. Uma outra possibilidade são parcerias a serem fechadas com grupos do meio acadêmico para ações pontuais, como, por exemplo, a produção de cartilhas. 

Equipe: Aline Lima, Aline Moura, Ana Isabel Díaz, Liana Costa e Nina Ribeiro

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Estudantes de jornalismo realizam oficina com integrantes do JovemTude




Após uma série de encontros entre alunos de jornalismo e o projeto JovemTude (Jovens com Atitude) para entender o funcionamento do grupo, a equipe formada pelos estudantes da disciplina Jornalismo no Terceiro Setor (Alan Barros, Aline Conde, Danilo Castro, Marília di Albuquerque e Thiago Andrade) ministraram duas oficinas com a intenção de ensinar algumas ferramentas de comunicação que pudessem ajudar na manutenção e divulgação das ações realizadas pelos integrantes do JovemTude.

De acordo com Aline Conde, uma das facilitadoras, promover esse encontro com os jovens é fundamental, pois dá um retorno do curso à sociedade. “Todos nós temos direito a nos comunicarmos bem. O pessoal do Jovemtude trabalha diretamente com comunicação e eles precisam se apropriar dessas questões mais técnicas. É uma maneira de trazermos a UFC para dialogar com o mundo”, diz.

Para Thiago Andrade, o principal dever dos estudantes de jornalismo é agora monitorar o trabalho do JovemTude em seus produtos comunicacionais para saber se houve uma verdadeira contribuição. “A gente espera agora que eles possam crescer ainda mais e que tanto o relacionamento com o público alvo deles quanto o relacionamento com a imprensa seja ainda melhor”, acrescenta.

Flávio Ferraz, um dos integrantes do JovemTude, revelou que o grupo já tem tentado seguir grande parte do que foi passado pelas oficinas e muitas pessoas já declararam que têm percebido a adoção de uma nova postura.

“Aos poucos o grupo está se adaptando a esse formato mais coerente, e percebemos no retorno das pessoas que nós estamos mudando. Estamos com uma postura mais profissional. E isso foi muito bom, pois nos sentimos mais seguros ao elaborar um texto e a que tipo de conteúdo postar nas redes sociais”, acredita Flávio Ferraz.

Entendendo o JovemTude

Antes de mostrarmos o teor das oficinas, é preciso relembrar o que é o projeto desenvolvido pelo Jovem Tude desde 2005. O grupo JovemTude é um dos parceiros do Instituto de Juventude Contemporânea (IJC). Cinco integrantes atuam hoje no grupo na organização de oficinas temáticas para jovens dos bairros de Fortaleza e Região Metropolitana.

O grupo trabalha com cinco temáticas que fazem parte do objetivo principal do grupo: orientar a juventude acerca dos direitos sexuais e reprodutivos, com foco na prevenção. Dentre as temáticas que o grupo aborda, estão gênero, sexualidade, movimento LGBT, DSTs e métodos contraceptivos.

 Conteúdo das oficinas

Como o grupo Jovemtude tem a internet como o principal meio de comunicação com seu público, a primeira oficina foi realizada com base em toda uma fundamentação teórica sobre o webjornalismo. Além de mostrar as principais técnicas utilizadas para a produção de um conteúdo estruturalmente jornalístico, os estudantes também deram dicas sobre como seria a melhor forma de publicação de conteúdo nas redes sociais.

 O JovemTude passou a conhecer conceitos como lead, pirâmide invertida, hiperlink, tags, intertítulos e etc.
Ao final de todo o processo, cada integrante teve como tarefa de casa a produção de uma notícia sobre a oficina realizada para aplicar todas as técnicas jornalísticas ensinadas pelos estudantes.

Na segunda oficina, tendo fornecido as bases do webjornalismo aos integrantes do JovemTude, os estudantes universitários focaram os trabalhos em assessoria de comunicação, também mais voltados para  sua utilização na  internet.

Além de explicar e diferenciar os conceitos de assessoria de imprensa e de comunicação, ressaltou-se a importância de um plano de assessoria de comunicação para o grupo, com o intuito de
projetar a instituição na mídia para reforçar sua credibilidade junto à imprensa, à sociedade e ao seu público alvo
.

Foram apresentadas ao JovemTude as funções e as ferramentas utilizados pelos profissionais da área para otimizar o trabalho de assessoria. O grupo e os facilitadores da oficina também debateram questões referentes à comunicação interna.


Veja alguns dos passos existentes no material que foi entregue aos integrantes do JovemTude:

1)                     Antes de inserir o nome do grupo em diversas redes sociais, é necessário que elas sejam sempre atualizadas. Se achar que não terá tempo de alimentar constantemente seu perfil do Twitter, por exemplo, utilize ferramentas como o HootSuite. Nela é possível programar postagens com data e hora com bastante antecedência.

2)                    É importante que o conteúdo postado na fanpage da "Campanha A3 eu topo" no facebook seja compartilhado também por uma página oficial do JovemTude na rede.

3)                    O conteúdo compartilhado não deve se restringir às imagens da campanha. Alimente as redes com informações com frequência, porém cuidado para não exagerar. Ninguém gosta de seguir um perfil que publica dez, vinte informações seguidas por dia.

4)                    O YouTube tem desde 2008 um programa para apoiar entidades sem fins lucrativos. Essas instituições podem ter, gratuitamente, um canal especial, incrementar a divulgação do trabalho que realizam e ainda por cima arrecadar donativos dentro do site. Também recebem dicas e ferramentas do Google para ajudá-las a ser mais eficientes na produção de vídeos.


5)                               Assessoria de Imprensa: Serviço prestado às instituições públicas e privadas, que se concentra no envio frequente de informações jornalísticas, dessas organizações, para os veículos de comunicação em geral. Esses veículos são os jornais diários; revistas semanais, revistas mensais, revistas especializadas, emissoras de rádio, agências de notícias, sites, portais de notícias e emissoras de tevê.Um trabalho continuado de Assessoria de Imprensa permitirá à empresa criar um vínculo de confiança com os veículos de comunicação e sedimentar sua imagem de forma positiva na sociedade.

6)                    Assessoria de Comunicação: A ampliação das atividades das Assessorias de Imprensa. Trata-se da elaboração de planos de comunicação mais abrangentes. Esses planos devem privilegiar uma comunicação eficiente não apenas junto à imprensa, mas posicionando as organizações de forma a estabelecer uma interlocução com ética e responsabilidade social, comprometida com os valores da sociedade junto aos seus mais diversos públicos.


7)                     Funções da Assessoria de Comunicação: Criar um plano de comunicação (estabelecer a importância deste instrumento tanto no relacionamento com a imprensa como os demais públicos internos  e externos);  colaborar para a compreensão da sociedade do papel da organização; estabelecer uma imagem comprometida com os seus públicos; criar canais de comunicação internos e externos que divulguem os valores da organização e suas atividades; detectar o que numa organização é de interesse público e o que pode ser aproveitado como material jornalístico; desenvolver uma relação de confiança com os veículos de comunicação; criar instrumentos que permitam mensurar os resultados das ações desenvolvidas, tanto junto à imprensa como aos demais públicos etc.

8)                    Algumas ferramentas utilizadas pela assessoria de comunicação: Release; mailling-list de jornalistas; press release; nota à imprensa; press kits para imprensa; newsletter; clippings etc.

9)                    Dicas para otimizar a assessoria de comunicação na internet: Texto para a imprensa (e para o site/blog) no formato de notícia, ressaltando o novo no contexto da instituição; notas para Facebook e Twitter enfatizando alguns aspectos da notícia; vídeos para o canal do grupo no Youtube; gravação de áudios para rádios e podcasts; o blog reproduz todas as notícias criadas para a atividade de assessoria de imprensa, em seu formato específico; o material produzido no formato de texto pode ser gravado, também, no formato de áudio, assim como uma entrevista podem ser enviados às rádios em MP3 e costumam ser aproveitados na íntegra. Várias rádios não têm áreas de jornalismo e valorizam conteúdos informativos e/ou dicas; as publicações do Twitter, Títulos das notícias do site/blog, vídeo ou foto com link reduzidos; notícias relacionadas à área de atuação; pequenas informações em tempo real sobre algo que esteja acontecendo; interação com perguntas e enquetes; reprodução automática dos tweets etc.