quinta-feira, 12 de julho de 2007

CATAVENTO COMUNICAÇÃO E ESCOLA AMBIENTAL

Viana Jr.

Chegamos por volta das 9 horas da manhã no local onde funciona a organização não-governamental Catavento e fomos recepcionados por Edgar Patrício, um dos responsáveis pelos projetos da ONG. Ele começou a conversa fazendo uma explanação sucinta da história da organização e disse que podíamos pegar mais informações no site (www.catavento.org.br).

O sonho de democratizar a comunicação tanto no acesso quanto na produção teve início em 1991 quando um grupo de jovens estudantes lançou, nos estúdios da Rádio Universitária FM, o programa Catavento. O programa tinha o ideal de contribuir para a discussão sobre ecologia. Em 1995, os limites do programa foram ultrapassados e os jovens fundam a ONG Catavento Comunicação e Educação Ambiental.

A organização objetiva promover uma relação dialógica entre os movimentos sociais e a comunicação, além de interligar esta com a educação. Com esse objetivo, a Catavento contribui para a compreensão do papel educativo da comunicação, priorizando os processos formativos com crianças, adolescentes e jovens do semi-árido brasileiro, buscando a democratização da produção e do acesso ao conhecimento.

Com base na troca de conhecimentos e de experiências entre comunicadores e educadores, foram desenvolvidos diversos projetos. Edgar apresentou alguns deles, tais como o “Eu Prometo Já Morreu”, “Segura Essa Onda”, “Bom Conselho a Gente Faz” e “Agência de Notícias”.
O “Eu Prometo Já Morreu” faz uma analogia às promessas de campanha dos políticos. Nesse projeto, os jovens desenvolvem planos de governo nas áreas dos direitos da criança e do adolescente e divulgam as propostas através de spots nas rádios escola.

Um outro projeto antenado com a idéia da comunicação educativa é o “Segura Essa Onda”: rádio escola digital na gestão sociocultural da aprendizagem. O projeto monta uma rádio dentro da escola e forma os estudantes e educadores para a utilização dos equipamentos, técnicas do rádio e os conteúdos que podem ser trabalhados nos programas.

Atualmente o projeto conta com 13 rádios. Uma delas está localizada em Santana num assentamento do MST. Lá é produzido o programa cultural, “Dois dedos de prosa”. Alguns desses programas já estão disponíveis no site do projeto e a intenção da Catavento é, num futuro, transmitir ao vivo os programas das rádios via internet.

O projeto “Bom Conselho a Gente Faz” também trabalha na perspectiva da utilização das rádios como meio de uma comunicação educativa. Os participantes desse projeto recolhem e analisam todas as informações divulgadas na mídia em relação aos direitos da criança e do adolescente.
A partir disso, eles produzem um boletim, “sintonia infância”, e distribuem para os radialistas. Com isso, o projeto visa, portanto, a informar a comunidade sobre as funções, responsabilidades e formas de atuação dos conselhos tutelares.

O mais recente projeto da Catavento é a Agência Torpedo de Notícias que planeja reunir alunos de escolas públicas e privadas para elaboração de notícias dos mais diversos interesses. Os cadastrados receberiam um aperitivo das notícias no celular e depois poderiam saber mais no site.
No final da conversa, Edgar propôs uma parceria entre a Catavento e a disciplina de jornalismo comunitário para os próximos semestres. A idéia é que os estudantes possam conhecer de perto os projetos da ONG no semi-árido e depois discutir com outras organizações ligadas à comunicação educativa.

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