domingo, 24 de junho de 2007

ESCOLA ANTÔNIO SALES E A OFICINA DE LEITURA CRÍTICA DA MÍDIA

Quando Aurimar Monteiro, Carlos Moreira e eu, Isabelle Azevedo, entramos na sala de aula para dar início à oficina de leitura crítica da Mídia, o professor de geografia fazia as últimas recomendações à turma de adolescentes do nono ano da Escola Antônio Sales, no Rodolfo Teófilo, bairro de Fortaleza. Ele pedia aos alunos um relatório sobre a oficina, valendo ponto na matéria. Era uma forma de estimulá-los a participarem e a contribuírem com a gente.

O professor nos deixou sozinhos com a turma de vinte alunos. Estavam todos barulhentos, excitados, curiosos com a nossa presença. Logo que nos apresentamos e explicamos o que estávamos fazendo ali, um dos adolescentes foi logo dizendo “Só participo da oficina, se vocês me explicarem por quê na Band só passa jogo de futebol dos times de São Paulo”. Pronto aquela era a senha para que os alunos descobrissem os bastidores da mídia.

A Oficina de Leitura Crítica da Mídia é um dos requisitos da disciplina de Jornalismo Comunitário da Universidade Federal do Ceará (UFC), devendo ser ofertada em uma escola pública. O objetivo é proporcionar aos alunos uma leitura crítica dos Meios de Comunicação.

Durante a oficina realizada na escola Antônio Sales, apresentamos um conteúdo teórico, permitindo que os alunos entendessem a comunicação e o jornalismo, compreendessem o funcionamento da mídia, aprendessem as diferenças de linguagens existentes entre os meios de comunicação e conhecessem sobre os gêneros textuais.

Optamos trabalhar com o jornal impresso, pela acessibilidade do veículo na escola. Falamos um pouco sobre a Linha Editorial e o protejo gráfico do Impresso. Isso nos permitiu apresentar aos alunos, os três principais jornais do estado: O Povo, o Diário do Nordeste e O estado, iniciando, posteriormente, um debate sobre a linha editorial de cada um deles.

A sala foi dividida em grupos de três e cada um fez uma análise de um jornal. Depois, um debate instaurou-se na sala de aula e os alunos perceberam que as notícias são tratadas de maneiras diferentes em cada veículo. Uma notícia sobre um desfile de moda no Iguatemi com a última musa do Big Brother, por exemplo, jamais seria foto da capa do Jornal O Povo. Foi a partir da Linha Editorial, que pudemos responder sobre a Band.

Os blocos teóricos foram intercalados com dinâmicas e blocos práticos. No final da oficina, os alunos produziram jornais murais. Cada equipe abordou de forma diferente o que foi retratado no curso. Uma das equipes deteve-se ao gênero opinativo, opinando, especialmente, sobre a beleza dos oficineiros. Já as outras duas equipes preferiram o jornalismo informativo, apurando informações sobre as eleições para diretor do colégio.

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