quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Oficina com povos Indigenas

relatos sobre oficinas realizadas com povos indígenas
Chico Célio e Tayce Bandeira


Uma demanda por
comunicação que vem crescendo fortemente nos últimos anos é a gerada pelo Terceiro Setor. Cada vez mais as ONGs e movimentos sociais estão dando se dando conta da importância da comunicação para a realização e divulgação dos seus trabalhos. E esse foi exatamente o intuito da Oficina de Leitura Crítica da Mídia e de Produção de Textos para Impreso realizada pelos alunos Chico Célio e Tayce Bandeira em parceria com a ADER (Associação pelo Desenvolvimento Econômico Regional), organização francesa que trabalha com comunidades indígenas no estado do Ceará: o de oferecer um mínimo de domínio e criticidade com relação aos meios de comunicação. A oficina é fruto de uma disciplina do Curso de Comunicação Social – Jornalismo no Terceiro Setor –, que é direcionada para ONG’s e movimentos sociais.

Participaram da oficina representantes de quatro etnias indígenas do Ceará – Trembembé, Jenipapo-Kanindé, Pitaguary e Tapeba. O espaço foi ministrado em dois dias, duas quintas-feiras (21/11 e 28/11), na sede do Observatório Indígena, escritório que alimenta um site sobre violações de direitos indígenas. Nssas reuniões foram discutidas algumas temáticas ineretes ao campo da Comunicação e formas de um “fazer diferente” para o jornalismo.

Como os participantes das oficinas já eram correspondentes de um boletim – Resitência Indígena – produzido bimestralmente em parceria com a ONG, alguns pontos como, gêneros jornalísticos, pauta, etc., já vinham sendo discutidos durante a execução do projeto e não foram repetidos nas oficinas. Como resultado das oficinas, outra edição do boletim está sendo produzida pelos indígenas.

Cronograma

Quinta-feira (13/11)

Oficina de Leitura Crítica da Mídia

14 – 14h15 – Apresentação da proposta de trabalho

14:15 - 16h – Para que serve a Comunicação?

Neste primeiro momento, foram feitas as apresentações dos participantes (dois representantes da etnia Tremembé, dois da etnia Pitaguary, um da etnia Jenipapo-Kanindé e uma da etnia Tapeba). Discutimos sobre a importância da comunicação para os movimentos sociais e a busca de uma comunicação menos tecnicista e mais humanizada.

Também foi debatido a temática da criminalização dos movimentos sociais pelos meios de comunicação de massa, propondo também formas alternativas para ultrapassar os bloqueis de mídias e conseguir passa sua mensagem.

16h - 17h – Dinâmica: As várias formas de se passar uma mensagem

Nesse momento, propôs-se uma dinâmica para refletir sobre como é feita a cobertura da agenda do terceiro setor. Nela foi distribuída várias matérias de veículos impressos sobre diversos temas discutidos pelo terceiro setor (questão de gênero, racial, necessidades especiais, etc).

A partir dessas matérias foram discutidas as formas como a mensagem estava sendo passadas e discutimos oralmente sobre alternativas de como essas mensagens poderiam ser reescritas, dando atenção aos termos que eram “inadequados”, substituindo por outros que fosse mais inclusivos. Depois cada um reescreveu os textos de acordo a o proposto na discussão.

17h – 18h – Reunião de pauta

Este foi o ultimo espaço do primeiro encontro, no qual realizamos uma reunião de pauta na qual foram escolhidas as temáticas que seriam contempladas na próxima edição do Resistência Indígena.





Para esta edição foram elencadas a seguintes pausas:

  • Para a matéria principal, decidiu-se que adiantaria as principais temáticas de discussão da XIV Assembléia dos Povos Indígenas do Estado do Ceará. Os correspondes te cada etnia ficaram responsáveis por cada um dos quatro grandes temas (saúde, terra, política indigenista e educação diferenciada). Na matéria principal teria também um Box sobre a Comissão Nacional de Política Indigenistas, explicando suas atribuições.

  • Uma matéria sobre a Festa da Carnaúba, Feira Cultural e os Jogos Indígenas Tapeba, eventos englobados numa mesma cerimônia que durou três dias.

  • Outra matéria sobre a visita de uma comitiva do governo mexicano que visitou uma das Escolas Indígenas Diferenciadas do povo tapeba.

  • Uma matéria sobre o Rito de Passagem, evento que trata da cultura indígena e acontece anualmente em diversos locais do Brasil. Este ano a cerimônia ocorreu no Centro Cultural Dragão do Mar de Arte e Cultura.

  • Uma matéria sobre uma audiência pública que ocorreu na Assembléia Legislativa do Estado do Ceará sobre a situação da demarcação de terras indígenas.

  • Um artigo de opinião escrito pelo professor do curso de direito da UFC, Henrique Frota, sobre a questão do meio-ambiente.

  • Uma matéria sobre uma cerimônia religiosa que reuniu toda a etnia Tremembé.
  • O editorial, que ficou a cargo dos oficineiros.
  • Uma charge, que foi feita pelo correspondente da etnia Jenipapo-Kanindé.
  • E uma entrevista com o coordenador da Organização dos Professores Indígenas do Ceará (Oprince) e também liderança do povo Tapeba, Weibe Tapeba.

Ficou acertado que todo esse material seria produzido a tempo do próximo encontro para que pudéssemos fazer a acompanhamento individual e edição dos texto para seguir para a diagramação e produção do boletim.

Quinta-feira (27/11)

Oficina de textos para Impresso

14h – 14h15 – Explicação da proposta de trabalho

14h15 – 18h – Acompanhamento e edição dos textos.

Todos os participantes trouxeram os texto e partimos para o acompanhamento individual e edição dos textos, ressaltando os aspectos técnicos para a produção de textos jornalísticos para impresso.

Nenhum comentário: