segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Relatório oficina de rádio


Educanda: Neudicléia de Oliveira

Nos dias 16 a 20 de julho realizamos uma oficina de rádio no 11°encontro estadual da juventude do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC). No planejamento tentamos levantar quais eram as demandas que precisávamos trabalhar e qual a metodologia que iríamos utilizar, tendo em vista que não conhecíamos o publico que participaria da oficina. Levantamos algumas demandas como sociodrama, disco foro, entrevista, mesa redonda e locução.
Além dessa oficina varias outras estiveram acontecendo na atividade e como resultado final do trabalho cada uma delas deveria apresentar um produto final, para socializar com os demais participantes da atividade. Estivemos trabalhando com um grupo de 16 jovens vindos das áreas de assentamentos da reforma agrária e que escolheram fazer um programa de rádio ao vivo.
Inicialmente fizemos uma rodada de apresentação para podermos identificar e assim fazermos uma sondagem no nível de entendimento do publico em relação ao rádio. Dividimos a oficina em momentos teóricos e práticos. Trabalhamos a importância do veiculo rádio como ferramenta de comunicação dentro dos movimentos sociais em especial no MST, contextualizando sobre a experiência acumulada nesses anos de existência e os desafios que precisa ser superado. Os conceitos de rádio livre, educativa, comercial e comunitária para ai entrarmos em alguns formatos radiofônicos.

Circulamos entre os mesmos uma lista para saber qual a música preferida para assim trabalharmos o disco foro. A mais votada foi “eu quero tchu eu quero tcha” de João Lucas e Marcelo, onde ouvimos várias vezes para assim podermos fazer a discussão sobre a letra e a mensagem que a mesma passava. Em seguida trabalhamos o formato do sociodrama, pois em cada bloco intercalávamos a teoria, mas na sequencia dividíamos o grupo para assim os mesmos apresentarem qual era a compreensão sobre cada tema.
Nas entrevistas apresentamos os tipos de entrevistadores e entrevistados onde separamos em duplas e deixamos a critério deles qual cada um gostaria de interpretar. Nessa parte foi bem interessante, pois não havíamos entrado ainda na mesa redonda e os mesmos montaram uma apresentação nesse estilo com um mediador e vários convidados para discutirem o tema da juventude.
Na parte da locução realizamos alguns exercícios de dicção e respiração onde cada um teve que ler textos no microfone para ir treinando essa prática. Ao final da exposição dos formatos fomos discutir que tipos de programa iriam construir e apresentar ao coletivo. Varias ideias surgiram, mas o que ficou definido foi que seriam três blocos com duração em torno de uns 15 minutos. A dificuldade que se teve foi na definição dos formatos nesses blocos. Na ideia inicial era para ser sociodrama, entrevista e mesa redonda, porém na divisão e na elaboração no programa teve dificuldades no sociodrama, pois tínhamos pouco tempo e quase sem estrutura para gravação. Foi onde substituímos o sociodrama pela carta do ouvinte.
Sendo assim dividimos os educandos em três grupos e dois locutores um homem e uma mulher, onde cada um deles era responsável por um bloco. O roteiro do programa foi montado intercalando a fala dos locutores em seguida entrevista, carta do ouvinte e mesa redonda. Nas entrevistas os educandos usaram o recurso da gravação e buscaram entrevistar um dirigente do MST e um professor da UFC. Na carta do ouvinte foi um desabafo dos jovens a UFC pelas más condições de alojamento e estrutura do encontro. Na mesa redonda foram convidados educandos e educadores das demais oficinas para debaterem sobre os temas.
Escondidos atrás de uma mesa para não serem notados pelo publico que lotava o auditório, o grupo apresentou o programa usando o programa ZaraRadio para dar dinâmica com efeitos sonoros e vinhetas. Ao final a carta do ouvinte foi escolhida para ser entregue ao reitor da universidade como forma simbólica de relatar as angustias dos jovens.
A oficina foi produtiva tanto para os educandos, mas também para nós que nos desafiamos em repassar os conteúdos aprendidos em outras oficinas e no próprio laboratório de rádio. Mesmo havendo dificuldades estruturais conseguimos realizar um produto final da oficina. Podemos observar que os jovens tem uma aproximação do rádio do ponto de vista de serem ouvintes, mas não como protagonistas ativos da programação das emissoras nos assentamentos.
Tivemos que acompanhar diretamente a produção do produto, tendo que até mesmo mudar um dos formatos pela dificuldade de entrosamento com o sociodrama. Nessa mudança pude observar o bom desempenho dos educandos em escrever textos onde gerou a carta ao ouvinte.









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