Educanda:
Neudicléia de Oliveira
Nos dias 16 a 20 de
julho realizamos uma oficina de rádio no 11°encontro estadual da
juventude do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em
parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC). No planejamento
tentamos levantar quais eram as demandas que precisávamos trabalhar
e qual a metodologia que iríamos utilizar, tendo em vista que não
conhecíamos o publico que participaria da oficina. Levantamos
algumas demandas como sociodrama, disco foro, entrevista, mesa
redonda e locução.
Além dessa oficina
varias outras estiveram acontecendo na atividade e como resultado
final do trabalho cada uma delas deveria apresentar um produto final,
para socializar com os demais participantes da atividade. Estivemos
trabalhando com um grupo de 16 jovens vindos das áreas de
assentamentos da reforma agrária e que escolheram fazer um programa
de rádio ao vivo.
Inicialmente fizemos
uma rodada de apresentação para podermos identificar e assim
fazermos uma sondagem no nível de entendimento do publico em relação
ao rádio. Dividimos a oficina em momentos teóricos e práticos.
Trabalhamos a importância do veiculo rádio como ferramenta de
comunicação dentro dos movimentos sociais em especial no MST,
contextualizando sobre a experiência acumulada nesses anos de
existência e os desafios que precisa ser superado. Os conceitos de
rádio livre, educativa, comercial e comunitária para ai entrarmos
em alguns formatos radiofônicos.
Circulamos entre os mesmos uma lista para saber qual a música preferida para assim trabalharmos o disco foro. A mais votada foi “eu quero tchu eu quero tcha” de João Lucas e Marcelo, onde ouvimos várias vezes para assim podermos fazer a discussão sobre a letra e a mensagem que a mesma passava. Em seguida trabalhamos o formato do sociodrama, pois em cada bloco intercalávamos a teoria, mas na sequencia dividíamos o grupo para assim os mesmos apresentarem qual era a compreensão sobre cada tema.
Nas entrevistas
apresentamos os tipos de entrevistadores e entrevistados onde
separamos em duplas e deixamos a critério deles qual cada um
gostaria de interpretar. Nessa parte foi bem interessante, pois não
havíamos entrado ainda na mesa redonda e os mesmos montaram uma
apresentação nesse estilo com um mediador e vários convidados para
discutirem o tema da juventude.
Na parte da locução
realizamos alguns exercícios de dicção e respiração onde cada um
teve que ler textos no microfone para ir treinando essa prática. Ao
final da exposição dos formatos fomos discutir que tipos de
programa iriam construir e apresentar ao coletivo. Varias ideias
surgiram, mas o que ficou definido foi que seriam três blocos com
duração em torno de uns 15 minutos. A dificuldade que se teve foi
na definição dos formatos nesses blocos. Na ideia inicial era para
ser sociodrama, entrevista e mesa redonda, porém na divisão e na
elaboração no programa teve dificuldades no sociodrama, pois
tínhamos pouco tempo e quase sem estrutura para gravação. Foi onde
substituímos o sociodrama pela carta do ouvinte.
Sendo assim
dividimos os educandos em três grupos e dois locutores um homem e
uma mulher, onde cada um deles era responsável por um bloco. O
roteiro do programa foi montado intercalando a fala dos locutores em
seguida entrevista, carta do ouvinte e mesa redonda. Nas entrevistas
os educandos usaram o recurso da gravação e buscaram entrevistar um
dirigente do MST e um professor da UFC. Na carta do ouvinte foi um
desabafo dos jovens a UFC pelas más condições de alojamento e
estrutura do encontro. Na mesa redonda foram convidados educandos e
educadores das demais oficinas para debaterem sobre os temas.
Escondidos atrás de
uma mesa para não serem notados pelo publico que lotava o auditório,
o grupo apresentou o programa usando o programa ZaraRadio para dar
dinâmica com efeitos sonoros e vinhetas. Ao final a carta do ouvinte
foi escolhida para ser entregue ao reitor da universidade como forma
simbólica de relatar as angustias dos jovens.
A oficina foi
produtiva tanto para os educandos, mas também para nós que nos
desafiamos em repassar os conteúdos aprendidos em outras oficinas e
no próprio laboratório de rádio. Mesmo havendo dificuldades
estruturais conseguimos realizar um produto final da oficina. Podemos
observar que os jovens tem uma aproximação do rádio do ponto de
vista de serem ouvintes, mas não como protagonistas ativos da
programação das emissoras nos assentamentos.
Tivemos que
acompanhar diretamente a produção do produto, tendo que até mesmo
mudar um dos formatos pela dificuldade de entrosamento com o
sociodrama. Nessa mudança pude observar o bom desempenho dos
educandos em escrever textos onde gerou a carta ao ouvinte.
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