quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Federação de Bairros e Favelas reúne bairros de toda Fortaleza em oficina de Comunicação



Através do convívio com Cilene Bemvindo, intercambiamos trabalhos e acabamos encontrando um encaixe nas peças de quebra cabeça que representamos: a Federação de Bairros e Favelas , onde ela trabalha, carece de maior conhecimento em Comunicação Social, por um lado; o Parc, através dos alunos de Jornalismo do 3º Setor, como nós, facilita oficinas de Leitura Crítica da Mídia, por outro.

Estava traçado o plano. De início, contávamos com a parceria do SESC, através da cessão do espaço e do lanche. 24 horas antes do primeiro encontro, no entanto, fomos informados de que não seria mais possível. As oficinas aconteceram, por isso, na pequena sala da Rua São Paulo, onde funciona a Federação. Um datashow foi providenciado e o lanche saiu dos bolsos da Dona Tereza Neuma – coordenadora do Setor de Comunicação da Federação.


OFICINA DE LEITURA CRÍTICA DA MÍDIA – 31 de outubro de 2009.

Por Janaína Bras


O primeiro contato com a turma deu-se dia 31 de outubro de 2009, às 9 horas da manhã. Após as apresentações, explicamos os objetivos dos encontros e do que entedíamos por Comunicação Social. Para aprofundar a discussão, propusemos a prática descrita a seguir. Dividimos a turma em dois grupos. A cada um deles, entregamos quatro pedaços de papel com extratos da Constituição de 1988 referentes à comunicação social.

No contexto em que foram lidos, não denunciavam a origem documental. Escrevemos na lousa a seguinte frase: ‘Os meios de comunicação no Brasil...’ E cada papel completava essa frase. Exemplo: ‘prioriza a educação’ ou ‘respeita os valores morais’ e por aí vai. A tarefa era a seguinte: ler os trechos, opinar se eram falsos ou verdadeiros, discutir em grupo cada um deles e, em seguida, expor a relatoria do debate para toda a turma.

A exposição nos levou a conversar sobre: a necessidade de regulamentar a Comunicação Social do país – para tanto revisamos o texto constitucional e percebemos o desamparo a que está relegado; a produção de conteúdo supostamente popular, em que a violência e a baixeza são tomadas por elementos afins às camadas sociais de menor escolaridade; e, finalmente, os conglomerados empresariais aos quais está confinado o potencial nacional da comunicação em massa e as conseqüências disso no processo de estigma social, na identidade das comunidades periféricas, na seleção de notícias diariamente veiculadas. Para ilustrar a apresentação de idéias, recortes do OPovo e do Diário foram levados.

Após o intervalo do lanche, os meninos novamente dividiram-se em grupo, desta vez em três grupos de X. Foi o momento do sociodrama. Cada grupo discutiu como gostaria que o próprio bairro fosse retratado na tevê ou no rádio ou na imprensa. A partir do debate, imaginaram uma encenação representativa desse desejo e mãos à obra. O resultado foi revelador. O formato de apresentação da notícia seguia extremamente viciado nos padrões vigentes da comunicação em massa. Afinal os meninos não estão habituados a discutir formas jornalísticas, ousadias textuais e estéticas. Entretanto, o conteúdo das notícias assumiu o caráter extremamente natural.

O que é importante para o meu bairro pode ser desimportante para a população da cidade como um todo, mas fomenta atividades reais, aqui e agora; estimula mobilização local, muitas vezes baseada em atitudes simples; denuncia conflitos na tentativa de solucioná-los, não de chocar a audiência; e conhece o público, sabe a quem fala. Depois das palmas, foi o momento em que os facilitadores mais escutaram que falaram. Os meninos foram levados a refletir a respeito da própria realidade e do papel da comunicação como forte ferramenta de transformação social.


OFICINA DE FORMATOS JORNALÍSTICOS E PRODUÇÃO DE PAUTA

Por Geimison Maia e Denise Barbosa


1ª parte: Discutir as diferenças entre os formatos jornalísticos (nota, notícia, reportagem, artigo, entrevista).
Material: levar alguns exemplos dos formatos discutidos e uma breve discussão teórica do assunto.
Objetivo: Apresentar os diferentes formatos jornalísticos que podem ser trabalhados no jornal.


2ª parte: Atividade prática.

Dividir a turma em grupos responsáveis por redigir textos curtos de cada gênero,.

Objetivo: Verificar se a turma percebeu a diferença entre os gêneros e discutir o material produzido.


3ª parte: Pauta.

Apresentar para turma a importância da pauta para a elaboração do jornal e escolher os assuntos que serão abordados na edição.


No dia 31 de outubro de 2009 houve o primeiro momento de leitura crítica da mídia das 9 horas da manhã até pouco mais das 12 horas da tarde. Já a segunda oficina pretendeu ser mais técnica, e mais voltada para estimular a ação da turma.

A oficina foi dividida em dois blocos: gêneros jornalísticos e pauta. Por uma mudança de planos, a segunda oficina que iria até as 16 da tarde, teve seu tempo reduzido e durou das 12:30 às 14:30 da tarde, sem intervalo para almoço. Isso tornou a dinâmica mais curta e sem espaço para atividades complementares.

Devido às alterações no cronograma, a discussão teórica sobre gêneros jornalísticos teve de ser acelerada e a atividade prática de redação de textos foi substituída por outra, que dividiu a turma em duplas e, cada uma, deveria identificar um gênero jornalístico em jornais distribuídos.

A discussão teórica apresentou as principais características de cada formato jornalístico (no caso, foram enfocados nota, notícia, reportagem, artigo, entrevista) e procurou levantar a discussão a partir de exemplos práticos tirados de jornais e internet. No fim, através do exercício prático, foi possível observar que a turma assimilou bem as informações.

A oficina de gêneros jornalísticos foi bastante esclarecedora para os participantes. Muitos disseram que antes não entendiam as diferenças entre os formatos jornalísticos e que a discussão foi bastante proveitosa para aprimorar o jornal da federação.

Após a introdução da turma aos conceitos de gêneros jornalísticos foi o momento de explicar o que é a pauta e qual é a sua função ao longo da produção de um jornal. Isso já para construir com o grupo uma primeira pauta a ser colocada em prática ao longo da semana. Para isso, foi utilizada a abordagem de José Marques de Melo (A Opinião no Jornalismo Brasileiro) segundo a qual é de responsabilidade da pauta a filtragem do que será noticiado no jornal e a forma como isso será feito.

Após a parte mais conceitual a turma se dividiu em trios e cada grupo recebeu uma folha com tópicos para nortear o pauteiro na elaboração de notícia. Entre eles: o tema da notícia; o resumo dos fatos que levaram a escolha do tema; o enfoque dado; as fontes que utilizadas; sugestões de perguntas; e material extra como fotos, imagens, gráficos, etc.

Os grupos tiveram cerca de 15 minutos para discutirem a pauta e para escolherem o gênero jornalístico mais adequado. O que se percebeu com o resultado foram pautas com um caráter reivindicatório, boa parte dos temas foram voltados para questões de infra-estrutura dos bairros e de busca de ações junto à prefeitura.


OFICINA DE FOTOJORNALISMO – 6 de novembro de 2009.

Por Iana Sales


No segundo sábado de Oficina, começamos a manhã discutindo sobre Fotojornalismo. A idéia inicial era, além de conversarmos sobre fotografia no jornalismo impresso, podermos ter um momento de andar pelo Centro e fazer registros, para experimentar a possibilidade de contar histórias com imagens. No entanto, com o aperto no horário – já que não conseguimos garantir o almoço – isso não aconteceu.

O mote inicial da oficina girou em torno da idéia de foto-grafar ou escrever com a luz. Para isso, partimos do advento da fotografia, apresentando os primórdios dessa técnica que tem como princípio a luz e mostrando imagens feitas por Nièpce e Daguerre, em 1826. Foi discutida a relação do aprimoramento técnico do equipamento utilizado com a possibilidade de expansão dos usos da fotografia. Inicialmente, os registros eram de objetos e pessoas imóveis, já que o dispositivo era enorme (carregado por carroças, inclusive) e o tempo de exposição era grande. Com a melhoria técnica, as câmeras passaram a ser mais portáteis e, no final do século XIX, popularizaram-se. Para ilustrar esse momento, foram mostradas fotos da Guerra de Secessão norte-americana (feitas por Mathew Brady, em 1863), nas quais eram vistos os cadáveres no campo de batalha, e fotos da Primeira Guerra Mundial, onde já era possível ver o registro de corpos em movimento e soldados em combate. É nesse período, principalmente com os registros de guerras, que o fotojornalismo vai tomando corpo. Antes da fotografia, os horrores da guerra eram apenas narrados, depois passaram a ser vistos, dando a sensação de “estar lá” no momento do fato. A partir disso, levantamos a idéia dos discursos presentes em uma imagem. Que histórias eram contadas? A imagem, tal qual o texto jornalístico, está intrinsecamente ligada ao real. Mas que real é esse representado?

Foram apresentadas, também, várias “imagens que marcaram época”, como por exemplo a de Kim Phuc nua e outras crianças correndo depois de um bombardeio norte-americano, durante a Guerra do Vietnã; e a do cientista Albert Einstein dando língua, entre outras.

Outro momento foi o debate sobre “como nosso bairro é representado pelas imagens”. A preocupação de fazer conexões com a realidade local esteve presente durante toda a oficina. Os participantes relataram vários exemplos em que o local onde vivem é mostrado apenas como um espaço de violência, com fotos de cadáveres ou de pessoas que são supostamente “bandidos”, mesmo sem haverem sido julgados. Nesse momento, passei algumas imagens que fiz durante matérias para o jornal O Povo (sou estagiária da Editoria de Fotografia), para ilustrar as diversas formas de contar a história de um acontecimento, lugar, ou pessoa, sempre enfatizando a dimensão da informação e dos discursos presentes na imagem. Conceitos como realidade, instante, informação, representação, memória e afeto atravessaram a oficina.

Os participantes descreveram, ainda, experiências que tiveram com a fotografia. Dona Tereza narrou que, durante uma mobilização para denunciar irregularidades nas calçadas do seu bairro, responsáveis por dificultar a acessibilidade de pessoas com deficiência, a fotografia foi fundamental para registrar e contar a história depois. Zenilda também contou que, durante a execução da pauta proposta no primeiro dia de oficina, utilizou a fotografia para produzir informações sobre o lixo no seu bairro.

Além das imagens apresentadas no datashow, os participantes também puderam folhear livros de fotógrafos cearenses como José Albano, Jarbas Oliveira e Celso Oliveira.


REVISÃO TEXTUAL DO RESULTADO DO TRABALHO DE CAMPO – 6 de novembro.

Por João e Thiago


Inicialmente, fizemos uma rodada com a apresentação das pautas dos membros da turma. Cada um deles expôs seu tema e falou a respeito das dificuldades encontradas durante o processo de execução da pauta. Eles relataram a experiência apontaram o que aprenderam enquanto faziam o texto. Em seguida, foi feita a revisão de cada texto.

Após a correção dos textos, observamos que o principal problema dos integrantes da oficina dizia respeito à questão ortográfica. Isso se deve ao fato de que eles não tiveram oportunidade de estudar em boas escolas. Mas mesmo assim, a criatividade deles nos surpreendeu. Além disso, a dedicação também foi um ponto positivo encontrado. Todos se esforçaram durante a semana anterior a nossa oficina para que os textos estivessem prontos.

Em seguida, reunimos todos os integrantes e fizemos um apanhado geral de como havia sido a experiência para eles. Todos aprovaram a iniciativa, mas também criticaram a falta de suporte técnico para a realização da oficina, assim como a falta de um espaço adequado. Ressaltaram que o nosso papel como universitários também é o de servir à sociedade, dando o retorno que é cobrado de nós. Todos aprenderam bastante com a oportunidade que tiveram e pretendem dar continuidade a esse primeiro passo que deram em direção à carreira jornalística.

OFICINA DE DIAGRAMAÇÃO – 6 e 13 de novembro.

Por Maíra Ary


A última oficina ministrada juntamente à FBFF foi sobre diagramação. A oficina foi dividida em quatro blocos, dois teóricos e dois práticos, distribuídos em dois dias. Cada bloco, teve uma duração aproximada de uma hora.

Bloco 1: Bloco teórico: O que é diagramação? Pra que serve a diagramação? O que é um projeto gráfico?

Bloco 2: Bloco prático: Utilização do site WWW.Newseum.org para exemplificar como a diagramação pode ajudar na leitura de um material impresso, destacando o que se quer destacar e guiando o olhar do leitor, além de facilitar para o leitor a busca de um conteúdo específico.

Bloco 3: Bloco teórico: Diagramação: Elementos e aspectos de um jornal.

Bloco 4: Bloco prático: Divididos em grupos, receberam exemplares de jornais regionais, a fim de identificar os elementos gráficos e os aspectos de cada material impresso analisado, explicando os seus objetivos e os resultados alcançados com eles.

As oficinas estavam programadas para serem realizadas em salas cedidas pelo SESC, no entanto, por um problema de última hora, o SESC cancelou a disponibilização das salas e tivemos que “nos virar” com a cede da FBFF. Apesar da falta de material e de estrutura, a turma estava muito interessada e as oficinas correram muito bem, com um alto nível de aproveitamento. Para a oficina de diagramação foi desenvolvido um material didático, enviado para o email de todos os presentes, a fim de facilitar a compreensão e aumentar o aproveitamento da turma.

O objetivo dessa oficina era apontar para importância da diagramação de um veículo informativo impresso, mostrando o que seus recursos podem fazer para facilitar a leitura de tal material. Atrair a atenção do leitor e criar uma certa ordem de leitura e uma hierarquização das informações. Além de ajudar o leitor a encontrar os assuntos de seu interesse. Os resultados foram muito satisfatórios, uma vez que, no último bloco, ao realizarem a tarefa proposta, os grupos identificaram muitos elementos e aspectos e souberam explicar e identificar os seus benefícios e objetivos.

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